São Paulo, domingo, 01 de setembro de 2002

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Investimentos devem garantir saldo do setor

DA REPORTAGEM LOCAL

Os US$ 6,9 bilhões de saldo positivo da balança comercial do agronegócio brasileiro têm tudo para se repetir neste ano.
Com os altos investimentos na promoção de exportações, feitos pela maioria das grandes empresas do setor no país, é possível, inclusive, que o país volte ao patamar em que estava em 2000. Naquele ano, o saldo, de acordo com o Ministério da Agricultura, foi de US$ 13,3 bilhões.
Em 2001, essas companhias alcançaram bons ganhos com suas vendas ao exterior e, neste ano, as projeções são de resultados ainda melhores.
Um exemplo é a Coinbra, controlada por um grupo francês, que exporta oleaginosas e suco de laranja. Em 2001 a empresa exportou US$ 860 milhões e, neste ano, espera atingir os US$ 960 milhões. Para conseguir esse crescimento, a companhia investiu no plantio de 800 mil novas laranjeiras e na compra de uma unidade processadora de grãos de soja na região do Alto Araguaia (norte de Tocantins).
Outra empresa que registrou bons resultados com exportações em 2001 foi a Perdigão. As vendas ao exterior passaram de US$ 283 milhões em 2000 para US$ 436 milhões no ano passado. O resultado, porém, foi devido em muito à crise de febre aftosa e de doença da vaca louca na Europa. Com a estabilização do problema, as exportações recuaram.
"Com medo de contaminação, os europeus compraram bastante de nós no ano passado. Mas, no começo de 2002, com a normalização da questão sanitária no continente, nossas exportações já foram menores", diz Nildemar Secches, diretor-presidente da Perdigão.
De acordo com ele, porém, os preços já estão se normalizando e, no segundo semestre, devem voltar aos patamares de antes do início da crise.
A Bunge Brasil, uma das maiores empresas de agronegócio do país, também não ficou atrás. O resultado consolidado com exportações de suas subsidiárias (Bunge Alimentos, Bunge Fertilizantes e Ceval/Seara) cresceu 32% no ano passado em relação ao anterior. Em 2001, a empresa exportou US$ 1,3 bilhão em fertilizantes e produtos alimentícios derivados de soja e trigo.
A subsidiária da Bunge que mais contribui com ganhos de exportação é a Seara. Segundo Ivo Dreher, diretor financeiro da empresa, mesmo antes da compra da empresa pela Bunge, a Seara já era bastante direcionada para o mercado externo.
"O Brasil é muito vantajoso como plataforma de produção e exportação", diz Dreher. De acordo com ele, os altos índices de produtividade e os baixos custos de produção são as principais vantagens para as empresas do setor que operam a partir do país.
A decisão de buscar o mercado externo funcionou no caso da Seara. De 1998 até o fim do ano passado, a empresa viu aumentar em 98,6% as suas exportações, principalmente para os mercados europeu e japonês.
Quinta colocada no ranking das maiores agroindústrias exportadoras em 2001, a norte-americana ADM Exportadora e Importadora prevê crescimento de 24% nas vendas externas neste ano. Com isso a empresa espera comercializar 2,6 milhões de toneladas de soja.
Para impulsionar as exportações, a empresa, que possui seis fábricas de processamento de soja no Brasil, investiu US$ 50 milhões em infra-estrutura nos últimos dois anos.



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