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Investimentos devem garantir saldo do setor
DA REPORTAGEM LOCAL
Os US$ 6,9 bilhões de saldo positivo da balança comercial do
agronegócio brasileiro têm tudo
para se repetir neste ano.
Com os altos investimentos na
promoção de exportações, feitos
pela maioria das grandes empresas do setor no país, é possível, inclusive, que o país volte ao patamar em que estava em 2000. Naquele ano, o saldo, de acordo com
o Ministério da Agricultura, foi de
US$ 13,3 bilhões.
Em 2001, essas companhias alcançaram bons ganhos com suas
vendas ao exterior e, neste ano, as
projeções são de resultados ainda
melhores.
Um exemplo é a Coinbra, controlada por um grupo francês,
que exporta oleaginosas e suco de
laranja. Em 2001 a empresa exportou US$ 860 milhões e, neste
ano, espera atingir os US$ 960 milhões. Para conseguir esse crescimento, a companhia investiu no
plantio de 800 mil novas laranjeiras e na compra de uma unidade
processadora de grãos de soja na
região do Alto Araguaia (norte de
Tocantins).
Outra empresa que registrou
bons resultados com exportações
em 2001 foi a Perdigão. As vendas
ao exterior passaram de US$ 283
milhões em 2000 para US$ 436
milhões no ano passado. O resultado, porém, foi devido em muito
à crise de febre aftosa e de doença
da vaca louca na Europa. Com a
estabilização do problema, as exportações recuaram.
"Com medo de contaminação,
os europeus compraram bastante
de nós no ano passado. Mas, no
começo de 2002, com a normalização da questão sanitária no
continente, nossas exportações já
foram menores", diz Nildemar
Secches, diretor-presidente da
Perdigão.
De acordo com ele, porém, os
preços já estão se normalizando e,
no segundo semestre, devem voltar aos patamares de antes do início da crise.
A Bunge Brasil, uma das maiores empresas de agronegócio do
país, também não ficou atrás. O
resultado consolidado com exportações de suas subsidiárias
(Bunge Alimentos, Bunge Fertilizantes e Ceval/Seara) cresceu 32%
no ano passado em relação ao anterior. Em 2001, a empresa exportou US$ 1,3 bilhão em fertilizantes
e produtos alimentícios derivados
de soja e trigo.
A subsidiária da Bunge que
mais contribui com ganhos de exportação é a Seara. Segundo Ivo
Dreher, diretor financeiro da empresa, mesmo antes da compra da
empresa pela Bunge, a Seara já era
bastante direcionada para o mercado externo.
"O Brasil é muito vantajoso como plataforma de produção e exportação", diz Dreher. De acordo
com ele, os altos índices de produtividade e os baixos custos de produção são as principais vantagens
para as empresas do setor que
operam a partir do país.
A decisão de buscar o mercado
externo funcionou no caso da
Seara. De 1998 até o fim do ano
passado, a empresa viu aumentar
em 98,6% as suas exportações,
principalmente para os mercados
europeu e japonês.
Quinta colocada no ranking das
maiores agroindústrias exportadoras em 2001, a norte-americana
ADM Exportadora e Importadora prevê crescimento de 24% nas
vendas externas neste ano. Com
isso a empresa espera comercializar 2,6 milhões de toneladas de
soja.
Para impulsionar as exportações, a empresa, que possui seis
fábricas de processamento de soja
no Brasil, investiu US$ 50 milhões
em infra-estrutura nos últimos
dois anos.
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