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Excedente de matéria-prima e localização explicam desempenho
DA REPORTAGEM LOCAL
Investir na instalação de uma
fábrica em regiões com boa infra-estrutura e facilidade de acesso a
mercados consumidores é, segundo as empresas, uma das explicações mais evidentes para o
desempenho favorável alcançado
por elas.
Essa opinião é partilhada pelo
coordenador do Centro de Estudos Agrícolas da FGV-RJ, Mauro
Lopes. "Empresas ou produtores
que estiverem isolados não conseguirão tirar proveito do momento
de expansão das agroindústrias. A
formação de "agriclusters" [pólos
agroindustriais" é o caminho natural para atuar num cenário cada
vez mais competitivo", afirma.
O problema, explica, é que muitos empresários brasileiros ainda
encaram seus possíveis parceiros
apenas como concorrentes, desperdiçando a chance de fazer
alianças de negócios vantajosas.
Plataformas regionais
Com um total de 18 municípios,
a região de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, reúne empresas de
destaque como Bunge e Perdigão.
A última investiu US$ 400 milhões em 2000 para a instalação de
uma fábrica de processamento de
carnes de suínos e aves na região,
onde são produzidas 6.000 toneladas de produtos por mês.
Segundo Nelson Hacklaudr, gerente de novos negócios da Perdigão, a escolha pela região foi motivada pela abundância de matéria-prima para a produção de ração. A região é exportadora e acumula excedentes de milho e soja.
A inexistência de concorrentes diretos também pesou na decisão.
Já para a Syngenta, empresa
americana de sementes, as regiões
escolhidas para produzir foram
os municípios de Ituitaba (MG) e
Matão (SP). A razão alegada por
Jorge Luiz Borges de Souza, diretor de desenvolvimento de negócios para a América Latina da empresa, foi o alto grau de mecanização dos agricultores da região,
que impulsiona a demanda pelos
produtos da empresa.
Segundo o consultor Carlos Cogo, a instalação de agroindústrias
no vale do rio São Francisco, que
sedia exportadoras de sucos, como Maguary e Fronorte, também
é promissora.
Um grande problema dessas
áreas é que, na maioria dos casos,
falta infra-estrutura. As empresas,
em geral, são obrigadas a atender
essas necessidades antes de se instalarem na região. É o caso da Perdigão em Rio Verde, onde parte
do investimento foi para preparar
a cidade para suportar o aumento
na movimentação de pessoas e dinheiro trazidos pela nova fábrica.
(CC e JSO)
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