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ANO DO DRAGÃO
Levantamento também revela que vários serviços, antes isentos de taxa, passaram a ser cobrados
Bancos aumentam tarifas desde 1998, aponta Procon/SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da disparada recente
nos preços dos serviços bancários, não é de hoje o movimento
de alta dessas tarifas.
Dados levantados pela Fundação Procon/SP mostram que, desde 1998, os bancos têm corrigido a
maior parte de suas tarifas.
Segundo Cristina Martinussi,
técnica da Fundação Procon/SP, o
que mais chama a atenção é o
grande número de tarifas que deixaram de ser isentas.
Há casos de tarifas -como cadastro cobrado na abertura da
conta e sua taxa de renovação-
que não eram cobradas por várias
instituições em setembro de 1998
e hoje variam de R$ 9 a R$ 36. Outras instituições mantêm a isenção dessas tarifas.
"Não existe um movimento homogêneo na cobrança de todas as
tarifas. Mas a tendência geral tem
sido a de elevação de tarifas e fim
da isenção em muitos serviços",
diz Martinussi.
Segundo Erivelto Rodrigues, sócio da Austin Asis, os bancos sobem tarifas principalmente em
épocas de instabilidade econômica, quando os ganhos com operações de crédito tendem a cair.
Mas ele confirma que a tendência dos últimos anos tem sido a
elevação das tarifas bancárias:
"Muitos bancos de varejo já cobrem suas despesas de salários
com as receitas dos serviços".
Dados da ABM Consulting indicam que, entre 1994 e setembro
deste ano, os retornos dos bancos
com serviços mais que dobraram
em relação às suas receitas totais,
passando de 7% para 15%.
Segundo Heron do Carmo, da
Fipe, as tarifas bancárias acompanhadas pelo instituto são as mais
comuns e justamente as que mais
têm subido acima do IPC.
Dados da Fundação Procon/ SP
confirmam essa tendência. Os
maiores reajustes têm acontecido
em tarifas das quais muitos clientes não escapam. É o caso de saques em Bancos 24 horas, manutenção mensal da conta corrente e
renovação do cheque especial.
O movimento de alta dos preços
dos serviços não foi linear em todas as instituições. Mas os dados
revelam que o número de tarifas
elevadas (73) superou em muito o
daquelas reduzidas (10) entre
março e setembro de 2002.
O argumento apresentado pelos
bancos de que elevam tarifas porque a competição é maior hoje
destoa das teses econômicas a favor da concorrência. Economistas dizem que um mercado mais
competitivo traz o benefício da
redução dos preços.
Concentração
Segundo especialistas, o problema é que, mesmo com a abertura
do mercado bancário e a entrada
das instituições estrangeiras, a
concentração aumentou. Para o
analista de um banco, esse é o
"preço" do sistema financeiro
mais sólido que o país tem hoje.
A principal defesa apresentada
pelos bancos gira em torno dos
chamados "pacotes de tarifas".
Segundo Luca Cavalcanti, diretor
de marketing e publicidade do
BBV Banco, por exemplo, todos
os clientes do banco têm acesso a
algum tipo de pacote que oferece
vantagens e tarifas mais baixas.
Esses pacotes livram, segundo
as instituições, os clientes do pagamento de muitas tarifas fixadas
nas tabelas oficiais, que são as pesquisadas pelo Procon.
Segundo Martinussi, é importante que os clientes dos bancos
pesquisem e comparem as vantagens que as diferentes instituições
oferecem nesses pacotes.
(Érica Fraga)
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