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TRABALHO
Em ato que reuniu cerca de 500 mil pessoas, segundo a PM, Paulinho pede que Lula volte para o lado do trabalhador
Festa da Força reúne opositores ao governo
FÁTIMA FERNANDES
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A festa de Primeiro de Maio
promovida pela Força Sindical
em São Paulo foi marcada por duras críticas à política econômica
do governo Lula.
Paulo Pereira da Silva, presidente da central sindical, e seus convidados, entre os quais membros da
oposição e da base de apoio ao governo, chegaram a dizer que Lula
traiu seus eleitores. Eles criticaram o aumento do salário mínimo (de R$ 240 para R$ 260) e pediram ""com urgência" mudança
de rumo na economia. Leonel
Brizola, presidente do PDT, defendeu a ""renúncia" de Lula. ""Como pode um governo que se elegeu com o voto do trabalhador ter
o desplante de decretar um salário
mínimo como esse?", disse.
""O Lula trocou de lado. Aderiu
ao neoliberalismo e ao capital financeiro e atua com o mercado financeiro da mesma forma que o
governo anterior", disse Anthony
Garotinho, ex-governador e hoje
secretário de Segurança Pública
do Rio. ""O povo foi traído", disse
Garotinho, que pediu ""desculpas
públicas" a seus eleitores por ter
apoiado Lula no segundo turno
da campanha eleitoral de 2002.
O presidente da Força Sindical
disse que ""ainda há tempo de o
governo Lula voltar para seu caminho". ""Para o lado que o Lula
está indo, ele não chega até o fim
do governo. Nosso último pedido
é: Lula, volte para seu lado", disse
Paulinho. ""Os banqueiros que hoje batem palmas serão os primeiros a derrubarem-no", afirmou.
Presente ao evento, o ex-presidente do PSDB José Anibal sustentou que o governo Lula está
sem rumo. E disse que o percentual de aumento do salário mínimo foi uma surpresa ""ruim". "Do
jeito que as coisas vão, o Lula precisa de 50 anos para cumprir a
promessa de dobrar o salário mínimo do país", afirmou em referência a uma das promessas de
campanha do presidente. ""O governo não pára de nos surpreender de forma negativa", disse.
Waldemar Costa Neto, presidente do PL, um dos partidos da
base governista, afirmou que a
política econômica de Lula é insustentável. ""Lula pegou o país
quebrado. Ele errou ao não comunicar isso à população. Mas o
Lula vai ter que mudar de rumo."
Presente ao evento, o secretário
de Relação do Trabalho, Oswaldo
Bargas, não comentou as críticas.
Ele representava o ministro do
Trabalho, Ricardo Berzoini.
Por volta das 12h, cerca de 500
mil pessoas estavam na praça
Campo de Bagatelle (zona norte
de São Paulo), segundo a Polícia
Militar. A Embraesp, que faz consultoria de solo, informou que o
local comporta 400 mil pessoas.
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