|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Luta pelo emprego é o foco, diz CUT
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As comemorações do Dia do
Trabalho organizadas ontem pela
CUT (Central Única dos Trabalhadores) começaram num tom
amistoso em relação a sua arquirival, a Força Sindical. Na avaliação do secretário-geral da CUT,
João Antonio Felício, as celebrações não devem ser comparadas
ou se tornarem o foco da festa.
"Vamos retomar com força essa
questão da cobrança por políticas
de emprego. Por isso estamos
aqui", disse Felício, no evento da
CUT na avenida Paulista.
José Lopes Feijó, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC paulista, adotou o mesmo
discurso e não fez comparações
entre os atos políticos promovidos ontem. "Falaram que queremos promover coisas grandiosas.
Queremos fazer o que sempre fizemos: chamar a atenção do trabalhador para a luta contra o desemprego", afirmou ele.
Segundo dados da Polícia Militar, divulgados às 11h45, existiam
cerca de 200 mil pessoas assistindo aos shows promovidos pela
CUT. Uma hora antes, perto das
10h30, entre 60 e 70 mil pessoas
assistiam ao evento. As informações foram passadas pelo coronel
da PM, Roberto Rodrigues.
A expectativa da CUT era que
cerca de 1 milhão de pessoas se
reuniriam na avenida Paulista no
pico da festa -por volta das 16h.
Os dados a respeito do número
de pessoas presentes no local variavam entre estimativas da PM e
dos organizadores. Enquanto a
polícia falava em 60 mil pessoas
-cerca de dois quilômetros de
espaço ocupado-a central sindical estimava 200 mil presentes.
Café com bolacha
Durante toda a manhã, representantes e convidados da CUT
estiveram no quartel-general da
central sindical, localizado na Casa Fasano, bufê freqüentado pelos
mais ricos do país, no bairro dos
Jardins, em São Paulo.
O local foi cedido gratuitamente
por Fabrizio Fasano, proprietário
e simpatizante da CUT. No local,
café da manhã -regado a água e
café com ou sem açúcar e seis tipos de biscoitos- teve a presença
basicamente de pessoas que ganharam os convites dos patrocinadores da central, como exemplo, funcionários da Embratel e
da Petrobras. Filas se formaram
no local, mas as pessoas se decepcionaram com a infra-estrutura.
"Olha, achei bem pobrinho, viu?
Só tinha café e umas bolachinhas", afirmou Maria Carvalho
Guimarães, funcionária da área
administrativa da Embratel. "Não
sei quem veio com essa história de
café suculento e farto. Não era essa a nossa proposta", afirmou Feijó, do Sindicato dos Metalúrgicos.
O PSTU, que realiza um ato paralelo, chegou a criticar esse café
promovido pela CUT no Fasano.
Texto Anterior: Trabalho: Festa da Força reúne opositores ao governo Próximo Texto: Cardeal pede mais empenho do governo Índice
|