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Cardeal pede mais empenho do governo
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O cardeal-arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Cláudio
Hummes, pediu mais empenho
do governo para diminuir o desemprego e criticou ontem alguns
pontos da política econômica do
governo Lula durante a missa do
trabalhador, na catedral da Sé, em
São Paulo.
"Sabemos que o desemprego é
também resultante de uma estrutura mundial interdependente.
Mas é preciso fazer o dever de casa. Não podemos apenas culpar o
neoliberalismo internacional e a
globalização pelos nosso problemas", declarou ontem.
Durante o sermão, Dom Cláudio afirmou que "nós sabemos
que uma taxa de juros mais baixa
e o apoio para os microempresários e para a reforma agrária podem criar mais empregos".
Após a celebração da missa,
Dom Cláudio Hummes subiu ao
palanque montado pelos movimentos da corrente de esquerda
da CUT (Central Única dos Trabalhadores) na praça da Sé e adotou um tom mais conciliatório.
"Sei que o Lula está angustiado e
precisa da força do povo", disse
para um público de aproximadamente 1.200 pessoas, segundo estimativa da PM.
Ao lado de Dom Cláudio Hummes no palco estavam Dirceu Travesso, da executiva nacional da
CUT, José Maria de Almeida, do
PSTU, e os deputados que foram
expulsos do PT Babá (PA) e Luciana Genro (RS).
O ato organizado pelos movimentos de esquerda da CUT,
PSTU e PCO (Partido da Causa
Operária) teve como tônica a crítica ao governo, sobretudo ao aumento do salário mínimo. Farpas
também foram dirigidas para as
festas organizadas pela própria
CUT e pela Força Sindical.
"A CUT está transformando o
1º de Maio, símbolo da luta contra
o capitalismo, numa festa patrocinada pelos opressores do trabalhador. Isso compromete a independência da nossa central", disse
Zé Maria, do PSTU.
Após os discursos na praça da
Sé, os manifestantes fizeram uma
passeata pelas ruas do centro de
São Paulo. Segundo os organizadores, o ato custou R$ 10 mil.
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