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OUTRO LADO
Para executivo, há forte competição de teles no México
DO ENVIADO À CIDADE DO MÉXICO
Questionado sobre a ação
conjunta das brasileiras Telefônica, Brasil Telecom e Telemar
na disputa pela Embratel, Arturo Elías Ayub, diretor da Telmex, afirma ser ""uma boa notícia" para o consumidor brasileiro o fato de a mexicana ter levado a empresa.
""De nossa parte, haverá competição", diz Ayub, que rechaça
as acusações de que a Telmex
atua como um monopólio em
seu país. Leia entrevista concedida por Ayub à Folha:
(FCz)
Folha - Revelada a atuação
conjunta das brasileiras, como o
sr. espera entrar em um mercado onde há ações desse tipo?
Arturo Elías Ayub - Sob esse
ponto de vista, o fato de a Telmex ter ganho é uma boa notícia para os brasileiros. Sem dúvida, de nossa parte, haverá
competição. Quando decidimos ir ao Brasil, olhamos primeiro para o tamanho do mercado, mas agora me parece que
teremos de enfrentar três empresas com muita disposição
de competir fortemente.
Folha - Os srs. pretendem tomar uma ação preventiva contra
esse tipo de comportamento?
Ayub - Creio que essa seja a tarefa da Anatel e que o órgão já
esteja atuando. Os documentos
revelados pela Folha já devem
ter servido para que a Anatel
tome providências. Não esperamos que nos favoreçam, mas
também que não nos prejudiquem. O que pedimos é que as
regras de competição sejam
claras e que fiquem assim.
Folha - Surpreendeu a estratégia das três brasileiras ou isso é
comum nesse setor?
Ayub - Foi uma grande surpresa ver aquilo por escrito.
Quando li o que saiu publicado, pensei: ""É inacreditável que
alguém tenha registrado isso
por escrito". É incrível.
Folha - A Telmex é acusada de
atuar como um monopólio. Como a empresa se defende?
Ayub - Desde 1997, quando da
abertura do mercado, estamos
perdendo participação. Temos
as maiores companhias do
mundo competindo hoje no
México: MCI, AT&T, Verizon
e Telefónica, todas com condições favoráveis de competição.
Quem diz que existe monopólio está totalmente equivocado.
Folha - Estudo do banco Bear
Stearns com base em dados internacionais mostrou que as tarifas da Telmex são 65% mais caras para assinantes residenciais
e 44,5% para comerciais.
Ayub - Há muitas maneiras de
mostrar números. No México,
cobramos por chamadas, e não
por minutos. Cobramos US$ 14
por mês dos assinantes, o que
inclui cem chamadas sem limite de tempo, e cerca de 54% de
nossas linhas não consomem
mais do que as cem chamadas
por mês . Em chamadas de um
minuto, talvez sejamos os mais
caros do mundo, mas se você
fizer a conta por chamadas de
20 minutos, talvez sejamos os
mais baratos.
Folha - O que explica a baixa
densidade de telefones no país?
Ayub - O México é muito extenso geograficamente. Hoje, o
país tem 15 milhões de linhas
(fixas) e 20 milhões de residências. O número de linhas por
habitante é baixo, de 15%. Mas
chega a 75% em relação ao número de residências. Além disso, temos a maior rede de telefonia pública do mundo.
Folha - Depois de privatizada,
a Telmex atuou durante seis
anos sem a interferência de uma
agência reguladora. Isso não
permitiu uma reserva de mercado para a empresa?
Ayub - Essa foi a condição estabelecida na época da privatização para qualquer um que
ganhasse a concorrência. Seriam dados seis anos para o
vencedor se preparar para a
competição. Foi uma visão correta, pois, quando se privatizou
a Telmex, a rede era analógica e
hoje é 100% digital.
Folha - A Telmex é a vice-campeã em termos de reclamações
de clientes. Como o sr. explica?
Ayub - Se tenho 15 milhões de
clientes de quem cobro 12 vezes
por ano, isso dá 180 milhões de
cobranças. Com isso, cerca de
14 mil reclamações é pouco.
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