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Lula defende a renegociação da dívida "sem penduricalhos" e ataca críticos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
No lançamento do Plano
Agrícola e Pecuário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
defendeu a renegociação da dívida agrícola do país.
"Vamos tirar todos os penduricalhos, ver qual é a dívida real
e dar um tempo para as pessoas
poderem pagar", afirmou Lula
durante pronunciamento.
Em entrevista, o presidente
acrescentou: "Se nós quisermos receber, nós temos que
criar as condições para as pessoas pagarem. Não adianta ficar castigando a vida inteira se
não vai receber".
No final de maio, uma medida provisória baixada pelo governo federal autorizou a negociação de 2,8 milhões de contrato de crédito rural no valor
de R$ 75 bilhões.
Para Lula, o plano de renegociação elaborado por seu governo foi "primoroso".
"Há mais de 20 anos se tentava fazer esse acordo e não se
conseguia fazer. Agora foi feito
e acho que isso vai desbloquear
a agricultura brasileira para
que ela possa ser mais produtiva do que foi até agora."
De acordo com o presidente,
as contestações das dívidas nos
tribunais e nas negociações
dentro do próprio governo
criaram um negócio paralelo
que não interessa aos principais envolvidos no assunto.
"Termina sendo uma estupidez: desculpa-me se tiver advogado aqui, [mas] eu acho que
esse assunto interessa a quem
banca esse processo. Porque
não pode interessar nem ao
agricultor nem ao Estado", afirmou, durante discurso.
Lula disse que há 11,6 milhões de processos em tramitação no país sobre cobrança de
dívidas agrícolas e que 80% dos
devedores têm obrigações abaixo de R$ 100 mil.
Em entrevista, o presidente
disse que há casos em que os
débitos não têm condições de
serem pagos e que a renegociação se mostrou como único caminho para o governo receber.
"Há determinadas dívidas
com tanta multa e tanta coisa,
que se tornam incompatíveis
com a própria dívida. Tomamos a atitude de desbloquear
porque determinadas dívidas
se tornaram impagáveis. Se você pegar a quantidade de multas e juros de mora que incidia
sobre essa multa, era 10, 20 vezes mais do que o principal."
Para Lula, a meta principal
da renegociação é dar oportunidade de "legalizar a vida das
pessoas e que elas possam continuar a ser contribuintes no
Brasil para que o país os tenha
como produtores".
Segundo ele, não há incentivo à inadimplência. "O plano é
o reconhecimento de que tem
muita gente que estava proibida de pagar porque as condições que se criavam eram difíceis para pagar. Agora, quem
puder pagar vai pagar."
(DV)
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