DA REPORTAGEM LOCAL

A perda no valor de mercado das construtoras não reflete a real situação das empresas, e o mercado tem exagerado na cobrança de performance do setor. A afirmação é de Guilherme Vilazante, analista do setor imobiliário do banco UBS Pactual.
"Os investidores têm determinado o preço das ações do setor como se avaliasse que as empresas irão quebrar no próximo trimestre. Isso não vai acontecer. O mercado não entendeu a dinâmica da indústria da construção", afirma Vilazante.
A primeira característica desse setor é a necessidade de capital intensivo para a aquisição de áreas e para toda a operação de lançamento do produto. Vilazante afirma que o crescimento do setor foi vigoroso no último semestre, reflexo de excepcional momento do mercado brasileiro -com crédito abundante aos consumidores e demanda aquecida.
Segundo ele, os investidores não estão considerando -e deveriam, segundo diz- observar a carteira de recebíveis desses empreendimentos. "São dados que não estão no balanço, mas são apresentados na notas explicativas, que o mercado não tem observado", afirma. A carteira de recebíveis é um ativo da construtora que pode se transformar em capital no mercado de securitização.
Os descontos nessa carteira hoje são grandes, em parte, porque muitos projetos ainda estão em construção. (AB)


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