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Estimativa do IIF, que representa as 340 maiores instituições do mundo, é maior que as do BC (4,4%) e do FMI (4%)
Bancos vêem alta de 4,8% do PIB do Brasil
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês),
representante dos 340 maiores
bancos do mundo, prevê que o
Brasil crescerá 4,8% em 2004 e 4%
no ano que vem.
A projeção para este ano, feita
ontem durante reunião do FMI
(Fundo Monetário Internacional), em Washington, é maior do
que as previstas pelo Banco Central (4,4%) e pelo Fundo (4%).
Ao divulgar as previsões, o vice-presidente do IIF e presidente do
banco Itaú, Roberto Setubal, afirmou que "o Brasil nunca esteve,
nos últimos 20 anos, em uma situação macroeconômica tão adequada".
"Não lembro de um momento
em que tivéssemos uma situação
tão tranqüila. Acredito realmente
que estejamos entrando em um
ciclo de crescimento sustentável.
Está tudo certo", disse.
Setúbal afirmou que o crescimento sustentável deve ocorrer
apesar de uma projeção negativa
para os investimentos estrangeiros diretos no país e um cenário
de elevação das taxas de juros.
O IIF previu que o Brasil receberá apenas US$ 8 bilhões em investimentos diretos para o setor produtivo neste ano, valor abaixo dos
US$ 9 bilhões de 2003. O ritmo, no
entanto, já aumentou no segundo
semestre e deve continuar subindo em 2005.
Mais crédito
Setubal previu também que os
bancos brasileiros aumentem em
25% a concessão de créditos ao
setor produtivo neste ano e em
2005, sustentando a recuperação.
O presidente do Itaú afirmou
que a necessidade de aumento
dos juros para controlar a inflação
deve ser menor se o Brasil optar
por aumentar ainda mais a meta
atual de superávit primário para
abater sua dívida.
O governo elevou recentemente
a meta de superávit primário, de
4,25% para 4,5% do PIB.
"Gostaria que o superávit fosse
ainda maior. Ajudaria a resolver
mais rapidamente o problema da
dívida e abriria espaço para a queda dos juros", disse.
Setúbal previu que os juros no
Brasil devam permanecer ao redor de 17% ao ano durante 2005.
Hoje, estão de 16,25%.
Durante a apresentação dos dados do IIF, o presidente do Citibank e também vice do instituto,
William Rhodes, afirmou que a
perspectiva de crescimento das
economias emergentes neste ano
é "a melhor em quase 20 anos".
No geral, os investimentos estrangeiros (produtivos e especulativos) para a América Latina devem somar US$ 37 bilhões em
2004, o que representará menos
da metade do previsto para a região da Ásia (US$ 110 bilhões).
Como um todo, os mercados
emergentes vão receber US$ 225,9
bilhões em investimentos em
2004 e US$ 229,3 bilhões em 2005.
O valor para este ano, quase o dobro do registrado há dois anos, reflete o crescimento médio de 6,2%
entre os emergentes.
O IIF previu que o petróleo em
alta pode minar o quadro de otimismo no ano que vem.
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