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Frango ganha espaço no cardápio
DA REDAÇÃO
Toda vez que a carne bovina é
colocada em xeque, cresce o consumo de frango. Essa opção é duplamente favorável ao Brasil.
Primeiro, porque o país deve
aumentar a participação no mercado externo.
Segundo, porque a evolução do
consumo de frango nos EUA deve
empurrar para cima os custos do
milho e do farelo de soja, principais componentes da ração.
A elevação dos preços desses
produtos encarece também os
custos de produção da carne bovina nos países que dependem de
ração para alimentar o gado, o
que não ocorre com o Brasil, diz
José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria & Agroinformativos.
Cláudio Martins, diretor-executivo da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores
de Frango), diz que o impacto negativo sobre a carne bovina transfere consumidores para o frango.
Isso deve ocorrer em vários países, inclusive no Japão, que ficou
em uma encruzilhada devido à
dependência da carne bovina dos
EUA. Ao contrário do que ocorre
com a carne bovina brasileira, que
não é aceita no Japão, a de frango
é importada pelos japoneses.
O frango brasileiro deverá ganhar mercado também na Coréia
do Sul, outro país dependente da
carne bovina dos EUA e que ainda
não importa frango do Brasil.
Martins diz que já está tudo acertado para o início das vendas dessa carne para os coreanos.
O Brasil abocanhou grandes fatias do mercado externo desde
1999, quando vários países tiveram problemas com sanidade
animal. O crescimento anual está
próximo de 20% há cinco anos,
enquanto o mundial é de 4%.
Mesmo com a perspectiva de
ampliação do mercado externo, é
importante o produtor não ser tomado por grande euforia, diz
Martins. Um aumento exagerado
da produção vai desequilibrar o
mercado e reduzir os preços.
O diretor da Abef diz que as barreiras sanitárias, que já são muitas, deverão aumentar. O Brasil,
que exporta anualmente 2 milhões de toneladas, precisará buscar novos mercados.
(MZ)
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