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RECEITUÁRIO ORTODOXO
"Reformas não foram completadas"
"Pai" do Consenso de Washington volta a recomendar reformas à AL
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Treze anos depois de estabelecer o chamado Consenso de Washington, o mesmo autor da expressão volta a recomendar mais
reformas à América Latina, apesar das crises na região.
Desta vez, para reforçar seus argumentos, o economista britânico John Williamson, 65, do Instituto de Economia Internacional
(IIE, em inglês), editou um livro
com o novo receituário.
"Depois do Consenso de Washington - Retomando o Crescimento e as Reformas na América
Latina" foi organizado por Williamson e por Pedro-Pablo
Kuczynski, ex-ministro das Finanças do Peru (2001-02).
Entre seus colaboradores há
ainda outros ex-ministros e ex-secretários do Tesouro de países da
América Latina.
Os novos dogmas propostos foram resumidos em quatro pontos
(ver quadro acima).
O livro sustenta as recomendações resumidas por Williamson
em 1989 e afirma que os problemas da região decorrem do fato
de que as reformas não foram
completadas.
O termo Consenso de Washington (Washington Consensus)
nasceu na preparação de uma
conferência organizada pelo IIE,
no final de 1989.
A expressão serviu para resumir
uma série de medidas que os países ricos consideravam necessárias para o desenvolvimento das
nações mais pobres.
Na ocasião, os EUA preparavam-se para lançar o Plano Brady,
que refinanciaria a dívida externa
de vários países latino-americanos. Como contrapartida à renegociação, o Congresso americano
cobrava uma série de reformas
dos países que seriam beneficiados. Coube a Williamson resumir
o consenso que se formou a partir
das discussões entre os principais
organismos financeiros de Washington, como o FMI, o Banco
Mundial e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
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