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ECONOMIA EM XEQUE
Para instituto, consumo não sobe e resultado de 2002 depende do desempenho das exportações
Para Ipea, segundo semestre deverá ser melhor para o país
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O cenário econômico deve melhorar no segundo semestre,
mas não o suficiente para fazer a
economia brasileira crescer mais
do que 2,5% neste ano. Os investimentos devem crescer ainda
menos: 1,5%, crescimento ainda
menor do que o de 2001, de 2,1%.
As projeções são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) que, pelo menos no
ano passado, fez as projeções
mais acertadas sobre o desempenho da economia em 2001.
Eustáquio Reis, economista do
Ipea, diz que o resultado depende da interação de dois fatores,
um negativo -a eleição - e outro positivo -a recuperação da
economia mundial.
Eleições, diz Reis, causam incerteza em qualquer economia.
"É natural que as empresas esperem para investir. Isso sempre
acontece em ano "político"."
A incerteza dos próximos meses, no entanto, não deve causar
uma retração dos investimentos
em relação a 2001. Mas o crescimento dos investimentos será
baixo, em torno de 1,5%, na avaliação do Ipea. Em 2000, os investimentos cresceram 4,5% e,
em 2001, ano de crise nos EUA,
na Argentina e de racionamento,
o instituto estima que a alta tenha ficado em 2,1%.
A notícia não é boa. O investimento é um dos "gastos" com
maior potencial de geração de
renda e, portanto, crescimento.
Quando investem em novos negócios, os empresários pagam
mais salários e compram máquinas e equipamentos, induzindo
a produção e o investimento em
outros setores.
Sem o impulso de um novo ciclo de investimentos, o crescimento deste ano deve depender
mais do consumo e das exportações. Os gastos dos consumidores respondem por mais de 65%
do PIB (Produto Interno Bruto
-soma de todas as riquezas
produzidas no país). Em 2000,
quando o país cresceu 4,4 %, o
consumo aumentou 6,2%.
Neste ano, as projeções do Ipea
apontam um alta modesta do
consumo, de cerca de 2,4%, resultado um pouco melhor do
que o 1,3% registrado em 2001.
Reis diz que o cenário internacional emitiu sinais positivos nas
últimas semanas. Ele avalia que a
retomada da economia dos EUA
pode fornecer a energia necessária para uma recuperação mais
vigorosa das exportações. O Ipea
projeta crescimento de 3,9% das
exportações neste ano.
O ano acaba, segundo o cenário traçado pelos técnicos do
Ipea, melhor do que começou.
No último trimestre, a economia
deve crescer, de acordo com as
projeções do instituto, a uma taxa de 5,1%.
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