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BNDES vê "disposição para investir"
DA REPORTAGEM LOCAL
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) não vê nem euforia nem
desânimo na demanda dos empresários por dinheiro para investimentos ao longo deste ano.
Se forem levadas em conta as
consultas ao banco para obtenção de recursos, os projetos
aprovados e o desembolso de dinheiro, pode-se dizer que há disposição para investir. Mas, segundo o BNDES, pode não refletir uma situação exata deste momento.
No primeiro trimestre deste
ano, as consultas totalizaram
empréstimos de R$ 13,1 bilhões,
90% mais do que em igual período do ano passado. Os projetos
aprovados foram de R$ 11,1 bilhões -crescimento de 76%. Os
recursos desembolsados foram
de R$ 6,6 bilhões -aumento de
24% sobre igual período de 2001.
"Não dá para tirar muitas conclusões desses números. Não dá
para falar nem em euforia nem
em desânimo para investimentos. Dá para dizer que há disposição para investir", afirma José
Mauro Carneiro da Cunha, vice-presidente do BNDES.
Alberto Borges Matias, sócio-diretor da ABM Consulting, diz
que os investimentos estarão focados em substituição de importados por nacionais e em produtos voltados à exportação. A indústria de componentes eletrônicos está nacionalizando a produção de alguns itens, e o governo está lançando linhas de financiamento para internacionalizar
as empresas brasileiras.
Para Matias, a expansão da
economia deverá ser mais sentida a partir do segundo semestre
deste ano, "como sempre acontece em ano de eleição. O presidente Fernando Henrique vai
querer fechar o mandato com
chave de ouro e não vai deixar a
economia cair".
Segundo ele, o fato de alguns
bancos estrangeiros estarem recomendando mais cautela aos
investidores quanto aos papéis
brasileiros não tem a ver com o
processo eleitoral, mas com o tamanho do déficit externo brasileiro e com as dificuldades do
país para gerar dólares.
"A expectativa das próximas
eleições para presidente da República pode só agravar esse
quadro."
(FF e AM)
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