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Vence amanhã prazo para país se defender em NY
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
Os credores da dívida externa
argentina estão começando a dar
problemas para o presidente
Eduardo Duhalde.
Amanhã vence o prazo para que
o país se defenda em um tribunal
de Nova York em decorrência da
primeira ação judicial movida
contra a Argentina desde a decretação da moratória em dezembro
do ano passado.
A Argentina poderá ser obrigada a pagar suas dívidas aos credores internacionais.
Segundo o jornal "La Nación",
na ação, o fundo de investimentos
DCA Grantor Trust, da Flórida,
solicita o pagamento de US$ 1,265
bilhão em títulos públicos.
Uma decisão desfavorável do
juiz Thomas Griesa, de Nova
York, abriria um precedente perigoso para o governo argentino.
Reservas e dívidas
O país possui pouco mais de
US$ 12 bilhões em reservas internacionais, enquanto a dívida soberana chega a US$ 147 bilhões.
O fundo afirmou no despacho
da acusação que não tem recebido
os juros de uma emissão de bônus
globais do governo argentino
com vencimento em 2003 e também de uma emissão de bônus da
Província de Buenos Aires com
vencimento em 2007.
Baseado em um cláusula denominada "cross default", o fundo
pede não apenas o pagamento de
juros atrasados, mas também o
adiantamento do principal de toda a dívida.
O escritório de advocacia que
representa o governo argentino
no caso -o Cleary, Gottlieb,
Steen & Hamilton- tentará
adiar ao máximo a decisão do tribunal de Nova York.
Os advogados pedirão um segundo adiamento para a entrega
da defesa -o primeiro ocorreu
há cerca de um mês.
Antes do veredicto final, o país
tentaria fechar um acordo com o
FMI (Fundo Monetário Internacional) e, depois, procuraria os
credores para iniciar o processo
de renegociação da dívida que
tem a pagar.
Calote
Caso não consigam outro adiamento, os advogados vão argumentar que o país não declarou
oficialmente o calote. De acordo
com uma resolução divulgada pelo Ministério da Economia na semana passada, o cumprimento
dos compromissos teria sido apenas postergada para 2003.
Até o dia 15, a Argentina também precisa encontrar uma solução para pagar uma dívida de US$
800 milhões com o Bird (Banco
Mundial).
O ministro da Economia do
país, Roberto Lavagna, informou
que tenta obter um empréstimo-ponte de 30 dias para evitar o calote com o banco.
O empréstimo tem sido negociado com outros países e também organismos multilaterais de
crédito.
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