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Queda da Bovespa divide analistas e gestores mundiais
DA BLOOMBERG
Analistas, banqueiros e investidores se dividem sobre o
estágio do mercado acionário
brasileiro. Roberto Egydio Setubal, do Banco Itaú, diz que o
Brasil se transformou depois
de sua inflação anual ter caído
para 6,1%, diante dos 6.800%
de abril de 1990, e após o país
ter recebido seu primeiro grau
de investimento das agências
de risco. Já o megainvestidor
Mark Mobius, da Templeton,
não está convencido disso, num
momento em que as taxas de
juros brasileiras sobem ao ritmo mais acelerado entre os países em desenvolvimento e os
investidores estrangeiros vendem ações como nunca.
"Não se pode dizer que o país
mudou", disse Mobius, que administra cerca de US$ 40 bilhões em ações de emergentes.
"A experiência em gastos governamentais responsáveis e
orçamentos equilibrados é relativamente curta. A inflação
era alta. Todos temos de ficar
muito atentos com a possibilidade de essas coisas voltarem."
A venda maciça de ações desbancou o Brasil da posição de
mercado de melhor desempenho entre os 20 maiores neste
ano, e a Templeton está entre
as várias empresas que ficaram
menos otimistas com o Brasil.
""Se as commodities não se
saírem bem, o Brasil não se sairá bem", disse Nicholas Morse,
diretor, em Londres, de ações
latino-americanos na Schroders, que gerencia US$ 260 bilhões. O país ""deveria registrar
crescimento maior caso fosse
capaz de levantar e dizer "este é
um novo Brasil", de levantar
com China e Índia".
O Brasil já se transformou,
diz Setubal, para quem o país
rompeu com seu histórico de
185 anos de surtos de inflação
galopante e de colapso da economia e está criando as melhores condições de negócios jamais vistas. ""As perspectivas
para as empresas aqui instaladas continuam sendo muito
positivas a médio prazo, com
oportunidades em todos os setores. Não há motivos para deixar de ser otimista", disse.
""O Brasil ainda é um destaque do ponto de vista de valorização, do ponto de vista do
crescimento", disse William
Landers, que administra US$ 1
bilhão do fundo de emergentes
da BlackRock, em Nova York. O
fundo, que caiu 17% desde o recorde de pontuação da Bovespa, tem cerca de 20% de seus
ativos em ações brasileiras.
""Comparados com um ano
atrás, os problemas do Brasil se
agravaram", disse Morse, da
Schroders. ""Sem dúvida, houve
melhoria de grandes proporções desde a década de 70 e de
80. Mas o mundo todo mudou."
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