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Na Argentina, exportação aumentou
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde o início da introdução da
soja transgênica na Argentina, a
produção e as exportações do vizinho brasileiro cresceram a taxas
superiores às do Brasil. Entre 1997
e 2002, enquanto as vendas brasileiras de soja e seus derivados
cresceram 4,9%, as da Argentina
deram um salto de 54,8%.
Mesmo se forem incluídas as estimativas deste ano, no qual o país
obteve uma supersafra, o desempenho da Argentina é melhor desde 1997. Em 2003, o Brasil deve
exportar US$ 8,2 bilhões em soja e
seus derivados, 43,8% a mais que
em 1997. A estimativa é da CNA
(Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil)
Já a Argentina, segundo estimativas da CNA, exportará US$ 7,5
bilhões, 134,4% a mais do que no
ano em que colheu a primeira safra de soja transgênica, em 1997.
O impacto inicial da produção
dessa soja foi de aumento de produtividade. Entre a safra de 1996/
1997 e a de 2001/ 2002, a produção
de soja na Argentina saltou de 11
milhões de toneladas para 30 milhões (alta de 172,7%). No mesmo
período, a colheita brasileira passou de 26,2 milhões de toneladas
para 41,9 milhões (59,9%).
"O uso de transgênicos não teve
impacto negativo para a comercialização", afirma o chefe do Departamento Econômico da CNA,
Getúlio Pernambuco.
Porém a produtividade já se
iguala aos níveis registrados com
a soja tradicional, nos anos 90.
Parte dos ganhos econômicos
alcançados pela Argentina se deve
ao fato de a Monsanto, detentora
da tecnologia da soja transgênica,
não ter patente reconhecida no
país, dizem especialistas.
Os produtores americanos, devido às regras mais rigorosas de
propriedade intelectual de seu
país, pagam até 35% mais caro pela semente da Monsanto que seus
colegas argentinos. É o que informam o professor de política ambiental da Universidade de Idaho
(EUA), Charles Benbrook, e Heike Baumüller, do Centro Internacional para Comércio e Desenvolvimento Sustentável.
Benbrook e Baumüller, citando
conclusões de um seminário do
qual participaram em Buenos Aires, dizem que entre 25% e 50%
das sementes transgênicas na Argentina são obtidas ilegalmente.
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