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Lap Chan quer irmã no controle da VarigLog
Chan Lup Wai Ohira, de nacionalidade brasileira e que trabalha no mercado financeiro, diz que investirá US$ 800 mil e não será laranja
Anac ameaça cassar
concessão da empresa caso
ela continue sob controle
de um fundo estrangeiro,
o Matlin Patterson
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
Os advogados da empresa
Volo do Brasil, que controla a
VarigLog, devem protocolar
amanhã, na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), pedido
de autorização para a transferência de controle acionário da
companhia. E apresentar a nova sócia da empresa: Chan Lup
Wai Ohira, 53. Ela é irmã do
chinês Lap Wai Chan, que representa o fundo americano
Matlin Patterson, detentor hoje da maior parte das ações da
VarigLog.
A Anac ameaça cassar a concessão da empresa por ela estar
sob controle acionário de um
fundo americano, o que contraria o Código Brasileiro de Aeronáutica -que limita a 20% a
participação estrangeira. Há
três meses, Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel, os três sócios brasileiros que até então detinham
80% das ações ordinárias (com
direito a voto) da empresa, foram afastados por decisão judicial. Com isso, a VarigLog ficou
em situação irregular.
Com a entrada de Chan Lup,
o problema, acreditam os advogados, será contornado: embora tenha nascido em Guangzhou (Cantão), na China, ela foi
naturalizada aos 12 anos e é cidadã brasileira. "E bem brasileira: tenho marido e filhos nascidos aqui", diz Chan Lup, irmã
mais velha de Lap.
Há 40 anos, os dois se mudaram com os pais, de Hong Kong
para São Paulo. Lap Chan não
foi naturalizado porque, segundo ela, "foi estudar nos EUA".
Chan Lup diz estar investindo recursos próprios para comprar 51% das ações da empresa,
que eram dos brasileiros. Vai
desembolsar US$ 800 mil. Ela
afirma que, para entrar na VarigLog, está deixando uma carreira de 31 anos no mercado financeiro -e um emprego no
BNB Paribas, onde trabalha há
11 anos, 6 deles como ""head" da
área de recursos humanos".
Formada em administração de
empresas pela PUC-SP e em direito pela Unip, ela informa no
currículo que já trabalhou em
bancos como Comind, ING Barings e Icatu.
Os outros 29% das ações dos
brasileiros, informa a assessoria da VarigLog, serão adquiridos por Peter Miller, executivo
de finanças que mora em Nova
York e tem dupla cidadania
-americana e brasileira.
A VarigLog voltou ao centro
do noticiário há um mês, quando a ex-diretora da Anac Denise Abreu deu entrevistas afirmando que a ministra Dilma
Rousseff, da Casa Civil, pressionara a agência para não investigar a origem do capital dos brasileiros que estavam comprando a empresa em sociedade
com Lap Chan, que representava o fundo Matlin Patterson.
Suspeitava-se de que eles não
tinham recursos próprios para
investir no negócio, atuando
como laranjas de Lap Chan.
Chan Lup nega ser laranja do
irmão e diz ter como provar que
está tirando dinheiro do próprio bolso para colocar no negócio. "Estou entrando na VarigLog porque gosto de desafios."
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