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DE OLHO LÁ FORA
Existem casos em que venda ao exterior passou interna na participação do faturamento no 1º trimestre
Empresas ganham
mais com exportação
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Uma análise sobre os balanços
das empresas não-financeiras do
primeiro trimestre deste ano
mostra que as exportações abocanharam participação significativa
do faturamento de boa parte delas
-em alguns casos, as vendas ao
exterior ultrapassaram os negócios no mercado interno.
Os dados constam dos balanços
publicados pelas empresas que
têm ações em Bolsa. A maior parte delas diz que o bom desempenho das exportações é resultado
de um esforço continuado. Para
algumas, o crescimento da porção
do faturamento ligado às exportações também se deve à depreciação do real no primeiro trimestre
deste ano em comparação com as
taxas de câmbio do primeiro trimestre do ano passado.
Mas todas concordam em um
ponto: estão cada vez mais em
busca de mercado lá fora.
Um bom exemplo é a Sadia:
desde 1997, a empresa vem desenvolvendo pesquisas para adequar
sua produção aos padrões de exigência do mercado externo.
"Nós temos dois vestiários: um
de entrada e um de saída. Além
disso, o restaurante do pessoal do
abate é diferente do restaurante
dos funcionários da linha de industrializados", disse Luiz Gonzaga Murat Jr., 49, diretor financeiro
e de relações com investidores.
O resultado: no primeiro trimestre deste ano, o volume de exportações subiu 21% em relação
aos três primeiros meses de 2002.
A fabricante de máquinas WEG
é outra que colhe os frutos de focar nas exportações. Desde janeiro, está fornecendo motores para
linha branca à mexicana Mabe. O
contrato, fechado no ano passado, prevê a entrega de 800 mil motores por ano para lavadoras, secadoras, ventiladores, entre outros eletrodomésticos.
Na Iochpe-Maxion, o valor em
dólar de exportações foi 50%
maior em janeiro, fevereiro e
março do que o obtido no mesmo
período do ano passado.
Têxteis
O caso das indústrias têxteis talvez reflita o melhor exemplo de
como o foco nas exportações pode ser uma boa saída para um
mercado interno mais retraído.
No último trimestre, Coteminas
e Santista viram a participação
das exportações em seus faturamentos ultrapassar a metade do
total. Isso não acontecera no primeiro trimestre do ano passado.
No caso da Coteminas, as exportações nos três primeiros meses do ano subiram 58,6%. Na
Santista, o crescimento na participação do faturamento foi de 35%.
A catarinense Karsten já tinha
mais da metade do seu faturamento oriunda de vendas externas. No último trimestre, a participação foi a dois terços do total.
Além do foco nas exportações
-há dez anos, a empresa vende
para fora do país cerca de metade
do que produz-, seus diretores
citam a depreciação do real no
primeiro trimestre também como
responsável pelo aumento da participação no faturamento.
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