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COMÉRCIO
Tarifas entre os dois países já eram bastante baixas
Chile comemora acordo com os EUA, mas impacto será limitado
IGNACIO BADAL
DA REUTERS, EM SANTIAGO
O acordo de livre comércio assinado entre os EUA e o Chile, na
sexta-feira, foi celebrado com
champanhe por empresários e
políticos chilenos.
Apesar de o governo apostar
que as exportações terão um forte
crescimento, o impacto do acordo sobre a economia chilena no
curto prazo será mais tênue, porque os embarques para os EUA já
são feitos com tarifas reduzidas.
Após 11 anos de muita negociação, foi selado na sexta-feira em
Miami um dos capítulos mais
aguardados pela política externa
do Chile. O acordo é visto ainda
como uma aproximação dos EUA
com a América Latina.
"Para mim, as razões são claras.
O Chile é uma experiência que
mostra uma transição democrática ordenada, uma gestão macroeconômica rigorosa, uma política
comercial de abertura com resultados muito bons de crescimento
e equilíbrio", disse o chefe da
equipe chilena de negociação, Osvaldo Rosales.
A economia chilena depende
em 60% de suas exportações, e o
principal destino das vendas é
justamente os EUA, onde vão parar US$ 3,6 bilhões por ano.
Em termos formais, o tratado
reduz a zero a tarifa de mais de
85% dos produtos exportados pelo Chile. Em quatros anos, 94%
dos produtos terão tarifa zero, e,
em 12 anos, a totalidade das exportações serão isentas.
Mas grande parte do bens chilenos já entra no mercado americano com taxas reduzidas.
O mesmo ocorre no caminho
inverso: o Chile tem a menor taxa
aduaneira média da região, 6%, e
a maior parte dos produtos norte-americano entra pagando uma
alíquota de apenas 3%. Assim, os
analistas não apostam em um
surto inicial do comércio.
"Não é um acordo que vai ter
um grande impacto comercial. O
maior benefício é a estabilidade
em termos de acesso a mercados", disse a economista Verónica Silva, da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe).
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