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Papel e celulose já conta com novo ano de aumento nas vendas
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria de celulose e papel
prepara-se para um ano de vacas
gordas: os preços internacionais
devem ter recuperação, e a produção nacional deverá crescer 13%,
para celulose, e 5%, para papel,
segundo projeção da Bracelpa
(Associação Brasileira de Celulose
e Papel).
Simone Rosito, analista do Unibanco, calcula que o preço médio
da celulose no mercado internacional deverá ficar em torno de
US$ 510 por tonelada, 10% superior à media do ano passado. "Em
2002, apesar dos preços fracos, o
setor se beneficiou da desvalorização do real e apresentou bons
resultados", diz a analista.
Os primeiros balanços divulgados e as projeções indicam um
aumento de 12,3% no faturamento do setor no ano passado, totalizando R$ 16,1 bilhões.
A celulose também tem preço
dolarizado. "Preços internos são
balizados pelos externos", diz Rosito. Ela diz esperar novos aumentos de preços, pois os fabricantes
de celulose de fibra longa da América do Norte e Europa já anunciaram aumentos. Em fevereiro
também houve reajuste.
O movimento ascendente de
preços é justificado pela queda na
produção americana de celulose,
afetada por condições climáticas.
Além disso, os estoques dos produtores europeus estão baixos e a
demanda global deve aumentar.
As projeções das consultorias
internacionais indicam que a demanda mundial de celulose deverá crescer a uma taxa média anual
de 2,7% nos próximos anos.
"Existe uma chance muito grande
de as companhias brasileiras seguirem seus pares internacionais,
e subirem os preços neste mês",
diz Rosito.
A Folha procurou a Bracelpa,
mas os diretores estavam viajando, segundo a assessoria.
Papel
A produção nacional de papel é
desovada basicamente no mercado local. No ano passado, das 7,6
milhões de toneladas fabricadas,
apenas 1,4 milhão foi destinado à
exportação. Mesmo assim, os preços domésticos tentam acompanhar os internacionais.
Nem sempre isso é possível.
"Em 2002 os preços subiram entre 15% e 30%, dependendo do tipo de papel", diz Rosito. As empresas conseguiram repassar aumentos de custo mais no final do
ano, mas não cobriram a desvalorização do real. Mesmo assim, segundo ela, com exceção da Klabin, as empresas do setor devem
fechar o balanço de 2002 no azul.
O que toldou os resultados da
empresa, segundo analistas, foi
seu alto endividamento.
"A situação financeira continua
sendo o principal risco da empresa [para os investidores de suas
ações"", segundo Lika Takahashi,
analista da corretora Fator Doria
Atherino.
A Bahia Sul, por exemplo, deverá registrar um lucro de R$ 125
milhões no ano passado, segundo
projeções do Unibanco. Sua receita líquida está estimada em R$ 918
milhões. "Os seus resultados deverão seguir o tom dos obtidos
por seus pares nacionais: fortes
ganhos operacionais em função
de uma taxa média de câmbio alta
e resultados financeiros bons em
decorrência de um dólar mais
baixo no final do período", diz
Rosito.
(SB)
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