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São Paulo, domingo, 09 de março de 2003

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Papel e celulose já conta com novo ano de aumento nas vendas

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria de celulose e papel prepara-se para um ano de vacas gordas: os preços internacionais devem ter recuperação, e a produção nacional deverá crescer 13%, para celulose, e 5%, para papel, segundo projeção da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel).
Simone Rosito, analista do Unibanco, calcula que o preço médio da celulose no mercado internacional deverá ficar em torno de US$ 510 por tonelada, 10% superior à media do ano passado. "Em 2002, apesar dos preços fracos, o setor se beneficiou da desvalorização do real e apresentou bons resultados", diz a analista.
Os primeiros balanços divulgados e as projeções indicam um aumento de 12,3% no faturamento do setor no ano passado, totalizando R$ 16,1 bilhões.
A celulose também tem preço dolarizado. "Preços internos são balizados pelos externos", diz Rosito. Ela diz esperar novos aumentos de preços, pois os fabricantes de celulose de fibra longa da América do Norte e Europa já anunciaram aumentos. Em fevereiro também houve reajuste.
O movimento ascendente de preços é justificado pela queda na produção americana de celulose, afetada por condições climáticas. Além disso, os estoques dos produtores europeus estão baixos e a demanda global deve aumentar.
As projeções das consultorias internacionais indicam que a demanda mundial de celulose deverá crescer a uma taxa média anual de 2,7% nos próximos anos. "Existe uma chance muito grande de as companhias brasileiras seguirem seus pares internacionais, e subirem os preços neste mês", diz Rosito.
A Folha procurou a Bracelpa, mas os diretores estavam viajando, segundo a assessoria.

Papel
A produção nacional de papel é desovada basicamente no mercado local. No ano passado, das 7,6 milhões de toneladas fabricadas, apenas 1,4 milhão foi destinado à exportação. Mesmo assim, os preços domésticos tentam acompanhar os internacionais.
Nem sempre isso é possível. "Em 2002 os preços subiram entre 15% e 30%, dependendo do tipo de papel", diz Rosito. As empresas conseguiram repassar aumentos de custo mais no final do ano, mas não cobriram a desvalorização do real. Mesmo assim, segundo ela, com exceção da Klabin, as empresas do setor devem fechar o balanço de 2002 no azul.
O que toldou os resultados da empresa, segundo analistas, foi seu alto endividamento.
"A situação financeira continua sendo o principal risco da empresa [para os investidores de suas ações"", segundo Lika Takahashi, analista da corretora Fator Doria Atherino.
A Bahia Sul, por exemplo, deverá registrar um lucro de R$ 125 milhões no ano passado, segundo projeções do Unibanco. Sua receita líquida está estimada em R$ 918 milhões. "Os seus resultados deverão seguir o tom dos obtidos por seus pares nacionais: fortes ganhos operacionais em função de uma taxa média de câmbio alta e resultados financeiros bons em decorrência de um dólar mais baixo no final do período", diz Rosito. (SB)


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