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Indústria de
carros é "vilã" e
impulsionadora
DA REPORTAGEM LOCAL
Dependendo do aspecto a ser
observado, a indústria automobilística pode ser a grande
vilã ou a grande impulsionadora do desempenho favorável
dos fabricantes de bens de capital neste quadrimestre.
Quando se trata de máquinas
e equipamentos com maior
teor tecnológico, o desempenho das vendas para o setor automobilístico é positivo.
Segundo Octaviano Camargo
Silva, presidente da Festo, empresa com 42% de participação
no mercado de equipamentos
para automação industrial e faturamento anual de US$ 50 bilhões, o seu segmento está em
expansão. Com uma alta de
20% nos primeiros quatro meses do ano, Silva projeta crescimento de até 18% para 2002.
"O panorama econômico
atual não está bom, mas, mesmo com a estagnação da venda
de carros no mercado brasileiro, as indústrias automobilísticas precisam manter investimentos para atrair os consumidores. Por isso, a médio prazo,
as perspectivas são boas", conclui o presidente da Festo.
Essa opinião é partilhada pelo diretor comercial da Eurosonics, Claudio D'Apoian. A empresa também fabrica componentes para máquinas empregadas na produção de veículos.
O faturamento da Eurosonics
cresceu 20%, valor acima da
média da Abimaq. A carteira
de clientes também foi ampliada, o que, segundo o diretor,
assegurará vendas até o primeiro trimestre de 2003.
"Para o nosso setor, o ritmo
de investimentos não diminuiu
e não há sintomas de recessão",
afirma D'Apoian.
No entanto, para os fabricantes de equipamentos mais tradicionais, o resultado não foi
tão animador.
Dados da Franho, empresa
de médio porte que detém cerca de 70% de participação no
mercado de serras industriais,
revelam um quadrimestre de
estagnação em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos oito meses, a
Franho teve queda de 30% nas
encomendas para o segmento
de aço-ferramentas- grandes
máquinas que fazem corte de
aço, cujo principal cliente é a
indústria automobilística.
Apesar do crescimento de
15% no faturamento, a Demag,
outra empresa especializada na
indústria automobilística, não
comemora o desempenho.
Para o gerente da empresa,
Eliton Santos, essa alta reflete,
sobretudo, "queima de carteira", ou seja, entrega de máquinas encomendadas anteriormente. Em comparação com
abril de 2001, neste ano, a carteira de clientes da empresa está menor.
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