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CAPITALISMO RUSSO
Ataque à petrolífera causa apreensão
Rússia teme fuga de capitais de até US$ 13 bi com crise da Yukos
ARKADY OSTROVSKY
DO "FINANCIAL TIMES", EM MOSCOU
A Rússia espera uma fuga líquida de capital privado superior a
US$ 13 bilhões no último semestre deste ano. Seria um contraste
com o primeiro semestre, quando
entraram US$ 4,6 bilhões líquidos
no país, marcando o primeiro influxo sustentado de capital privado desde o fim do comunismo.
A crise causada pela prisão de
Mikhail Khodorkovsky, ex-presidente da companhia de petróleo
Yukos, e o ataque à empresa contribuíram para inverter a tendência positiva.
Simon Kukes, presidente recém-indicado para a Yukos, disse
que tem pouco apetite por uma
fusão com uma companhia de petróleo internacional. Seus comentários são feitos num momento
em que a linha-dura, avessa a associações internacionais, está de
volta ao Kremlin.
A ChevronTexaco e a ExxonMobil, as duas maiores companhias de petróleo dos EUA, que
estavam em negociações com a
Yukos, estão esperando para ver
como se resolve a investigação sobre Khodorkovsky, mas dizem
que seus interesses na Rússia não
foram afetados pelo caso.
Oleg Vyugin, vice-presidente do
Banco Central da Rússia, disse
que é impossível ligar totalmente
a saída de capital privado ao caso
da Yukos. A perda de capital chegou a US$ 7,7 bilhões no terceiro
trimestre, e o BC prevê que chegue a US$ 8,6 bilhões no ano todo.
Yegor Gaidar, diretor do Instituto para Economias em Transição e um dos economistas mais
respeitados da Rússia, disse: "Nos
últimos quatro anos, tentamos
criar previsibilidade. Uma das
maiores conquistas deste governo
foi a inversão da fuga de capital no
primeiro semestre do ano".
Uma saída contínua de capital
poderia provocar uma redução na
classificação do país. Recentemente, a agência de classificação
de risco Moody's elevou a nota do
país para "investment grade", ou
seja, baixo risco de moratória.
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