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Trabalhadores da cana-de-açúcar devem ter melhorias até novembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Representantes do governo,
de empresas e de trabalhadores
do ramo da cana-de-açúcar definiram ontem em reunião no
Planalto uma pauta de 18 itens
que entrarão numa espécie de
mesa de negociações com o intuito de melhorar as condições
de trabalho do setor.
Entraram na pauta, entre outros temas, questões relativas a
contratos e jornada de trabalho, saúde, segurança, remuneração, adequação das condições
de alimentação, moradia e
transporte, elevação da escolaridade, qualificação e recolocação dos trabalhadores.
A expectativa, segundo Antônio Lambertucci, secretário-executivo da Secretaria Geral
da Presidência, é que até novembro se avance nos temas
mais sensíveis. No tocante à
mecanização do setor, Lambertucci citou que a estimativa das
empresas é de que só em São
Paulo cerca de 180 mil trabalhadores sejam substituídos
por máquinas até 2014.
O objetivo do governo é estimular uma espécie de protocolo de "boas práticas" do setor.
Representantes do governo já
defenderam, em outras ocasiões, a criação de uma espécie
de "selo socioambiental", atestando que a cana ou o álcool de
determinada empresa tenha sido produzido em condições
aceitáveis de trabalho, e preservando o ambiente. São freqüentes as críticas internacionais sobre as condições de trabalho no setor canavieiro, com
denúncias de trabalho análogo
ao escravo, entre outras.
Ao fim do encontro, Renato
Cunha, representante do Fórum Nacional Sucroalcooleiro,
afirmou que os empresários estão tentando tirar o "estigma"
envolvendo o setor. Ele rebateu
as reclamações freqüentes de
trabalhadores sobre as condições de trabalho, dizendo que
ninguém é obrigado a ficar nos
canaviais. "Olha, o trabalho não
é compulsório, não há obrigatoriedade do trabalhador ficar
conosco. O sistema de produção pode não ser agradável, mas
ele remunera bem melhor do
que várias atividades no país."
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