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OUTRO LADO
Centrais descartam irregularidades
DA REPORTAGEM LOCAL
As quatro centrais sindicais que
estão sendo investigadas pelo
TCU (Tribunal de Contas da
União) -Força Sindical, CUT,
CGT e SDS- informam que não
foram notificadas até agora sobre
irregularidades no uso de verbas
do FAT e que não têm nada a esconder -isto é, não existe desvio
de dinheiro do fundo.
João Felício, presidente da CUT,
diz que, se ficar comprovado
qualquer irregularidade envolvendo a central, vai pedir punição
severa aos sindicatos.
"Tudo tem de ser feito de forma
transparente. Mas é preciso ter
provas. Às vezes, se faz denúncias,
mas em cima de suspeitas. Equívocos podem ser esclarecidos",
diz Felício.
O secretário-geral da CGT
(Confederação Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado, afirma que as suspeitas envolvendo a
central "não têm o menor fundamento".
O sindicalista, que é o atual presidente do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
ao Trabalhador), informa que
não conhece o levantamento do
TCU nem foi informado de qualquer problema na sua central,
mesmo depois da visita de técnicos do tribunal.
Informa também que o fundo
tem 14 mecanismos de controle
que evitam fraudes: auditorias do
Ministério do Trabalho, de consultorias externas independentes,
do TCU, disque-denúncias, até
relatórios dos próprios treinados.
"Só a Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda fez 8.137 fiscalizações, de
agosto de 1999 a dezembro de
2000, in loco. Isso representa 50%
das cidades brasileiras em que o
Planfor existe", diz Pegado.
Para Enilson Simões de Moura,
o Alemão, presidente da SDS (Social Democracia Sindical), as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União que teriam sido cometidas pela central
"são uma estupidez".
O TCU cita, por exemplo, que
um dos cursos foi executado na
Escola de Samba Império Serrano, em salas de aula improvisadas
em camarotes.
"Os cursos podem ser realizados em qualquer lugar, na favela,
nos salões de sedes de comunidades", diz Alemão.
Segundo ele, o TCU chegou a levantar suspeitas de desvio de verba por causa de cursos realizados
nas proximidades do Natal. "Só
que nós trabalhamos nessa época.
Eles não", afirma.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical,
diz que não existe desvio de verba
do FAT na central. Segundo ele, o
dinheiro que entra é usado para
qualificar o trabalhador. "Não
existe qualquer comprovação de
irregularidade na Força Sindical",
afirma.
Alvo de investigações coordenadas pela CGU (Corregedoria
Geral da União), a central ainda
não havia recebido até a última
sexta-feira R$ 18 milhões referentes à segunda parcela de recursos
do FAT previstos para este ano. A
Força Sindical abriu processo
contra a CGU.
(FF e CR)
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