São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002

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NO VERMELHO

Objetivo é reduzir riscos

Novos contratos agora têm prazo de validade

DA REPORTAGEM LOCAL

O atraso no pagamento de dívidas entre empresas e fornecedores chegou a tal ponto que há companhias que só fecham novos contratos com bons pagadores e até determinado período.
Fornecedores de plásticos têm fechado contratos de entrega até 15 de setembro. Depois disso, se não houver reajuste nos preços, segundo a variação do dólar, e pagamento em dia, não há negócio. Tudo é feito com o objetivo de reduzir perdas e diminuir os riscos.
O cuidado está em fechar contratos reajustados com bons pagadores e que aceitem propostas de aumento agora. O setor não tem enfrentado alto nível de calote. Segundo a Folha apurou, há casos isolados. O temor é daqui para a frente. Os fornecedores de plásticos pedem reajuste de 25%.
No setor eletroeletrônico, há contratos sendo finalizados, com alongamento do prazo de pagamento para as próximas entregas. As empresas até aceitam o reajuste pedido pelo fornecedor de insumos, mas querem quitar a fatura em prazo mais longo, segundo a Folha apurou.
A situação está delicada porque a inadimplência atinge níveis elevados desde 2001. A renda da população ficou deprimida neste ano, há menos recursos disponíveis, mas os gastos das famílias crescem. Com menos recursos no bolso, a população atrasa o pagamento das contas, as empresas (supermercados e lojas de varejo) não recebem o pagamento em dia e não têm como pagar seus fornecedores. Resultado: toda a estrutura da cadeia fica comprometida. Com a expectativa de aumento nos custos das empresas, após a escalada do dólar, a negociação fica ainda mais delicada. (AM)


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