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Dívida foi para fazer investimento, diz CPFL
DA REPORTAGEM LOCAL
A Companhia Paulista de Força
e Luz (CPFL), privatizada em
1997, foi a única do setor a ficar
em mãos de controladores locais.
Segundo seu diretor financeiro,
Otávio Carneiro de Rezende, a linha da empresa sempre foi distribuir o máximo de dividendos
(parcela do lucro que vai para os
acionistas). "Mas se há necessidade de investimentos, os acionistas
retêm o lucro para reinvestir", diz.
Segundo Rezende, o endividamento de R$ 3,8 bilhões que a empresa carrega é resultado das necessidades de investimento dos
últimos anos. "Não pegamos recursos no mercado para dar liquidez ao acionista. Trabalhamos
com uma perspectiva de retorno
no longo prazo já que nossa concessão é por 30 anos", explica.
A fase de investimentos mais
pesados da distribuidora já está
concluída, diz Rezende. "Dessa
forma, daqui para a frente, não há
motivos para não pagarmos bons
dividendos", diz.
Segundo analistas ouvidos pela
Folha, um dos problemas das empresas que buscaram acelerar a
remuneração dos controladores,
via alavancagem financeira (tomando recursos no mercado), é
que os bancos acabam tornando-se seus algozes. "A Light fez isso
nos primeiros anos após a privatização. Mas, a partir de 1998, quando sua dívida explodiu, a empresa
passou a rolar os débitos em condições ruins", diz Oswaldo Telles
Filho, analista do banco BBV.
Procurada pela Folha, a empresa
não se manifestou.
Este ano, quando a dívida se tornou insustentável, a EDF, estatal
francesa de energia que controla a
Light, fez um aumento de capital
no valor de US$ 1 bilhão. Segundo
analistas, o aporte veio por pressão dos credores.
A AES Eletropaulo Metropolitana tem uma dívida de US$ 3,7 bilhões, quase duas vezes o seu patrimônio líquido. Mas desde que
foi privatizada, em 1998, nunca
deixou de pagar dividendos.
Agora, a empresa terá de buscar
uma solução para o endividamento. "Nosso objetivo é refinanciar a dívida da Eletropaulo e melhorar seu desempenho," disse
Paul Hanrahan, vice-presidente
da AES para a América Latina, ao
anunciar a troca de comando na
empresa no início do mês.
(SB)
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