|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMEMORAÇÃO
Dentre mil grandes empresas, 25% são dirigidas por ex-alunos como Abílio Diniz e Benjamin Steinbruch
Escola de Administração da FGV-SP completa 50 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Imagine uma sala de aula formada por Horacio Lafer Piva
(Fiesp), Benjamin Steinbruch
(CSN), Eugênio Staub (Gradiente) e Abílio Diniz (Pão de Açúcar).
E também Fábio Barbosa (ABN
Amro), Raymundo Magliano Filho (Bovespa) e José Ermírio de
Moraes Neto (Votorantim).
O exercício de imaginação
-guardadas as devidas proporções e saltos no tempo- não é
tão distante da realidade: todos os
nomes citados acima, associados
a poderosas instituições e empresas, figuraram, em diferentes épocas, entre os dos alunos da FGV-Eaesp (Escola de Administração
de Empresas de São Paulo da
Fundação Getúlio Vargas), que
completa 50 anos amanhã.
Outro exemplo da influência da
escola: em viagem recente à África
do Sul, 150 empresários representaram o Brasil no Fórum de Líderes Empresariais, ao lado do ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). Um terço desses
executivos cursou Eaesp.
Não foi coincidência. A probabilidade de presidentes de grandes empresas que estudaram na
escola se encontrarem em eventos
pelo mundo é grande: das 1.000
maiores companhias brasileiras,
25% são dirigidas por ex-alunos.
Também não por acaso, boa
parte da receita da Eaesp vem de
doações, muitas provenientes de
ex-alunos: cerca de 900 são doadores atualmente. As duas outras
fontes de receita (a participação é
de um terço cada) são os cursos
para executivos -que podem
custar até R$ 40 mil- e assessoria
para empresas.
A graduação, pela qual a universidade se tornou conhecida, não é
lucrativa, já que um terço dos alunos está inscrito no fundo de bolsas de estudo, criado em 1965 e
mantido por ex-alunos e empresas, e não paga a mensalidade.
A história da Eaesp ajuda a explicar a influência exercida no
meio empresarial. Ela foi criada
em 1954, oferecendo um curso intensivo de administração de empresas, e a partir de 1955 passou a
oferecer a primeira graduação
nessa área no Brasil.
Nos primeiros anos, a maioria
dos estudantes era formada por
filhos de empresários determinados a preparar sucessores. Foi a
quarta escola no mundo a oferecer graduação em administração
de empresas. "Nessa época, a
FGV começa a pensar em um curso de administração de empresas.
São Paulo está em um processo de
desenvolvimento industrial, e a
fundação consegue apoio do empresariado paulista para abrir a
escola", relata Fernando Meirelles, diretor da Eaesp.
"O primeiro curso de administração de empresas oferecido foi
nos EUA, em 1880. Em 1950, o Canadá foi o segundo país a ter o
curso e, em 1952, veio o México",
conta o economista Gustavo de Sá
e Silva, 79, professor da escola de
1954 a 1994 que está escrevendo
um livro sobre a escola.
Ele conta que a crise enfrentada
pela FGV, que teve suas verbas
públicas drasticamente reduzidas, ameaçou a Eaesp nos anos 80.
"Foi acertado na época que os
cursos noturnos seriam extintos e
substituídos por cursos de extensão, mais lucrativos."
(MAELI PRADO)
Texto Anterior: Comércio exterior: Brasil diversifica clientes de exportações Próximo Texto: Receita heterodoxa: Nobel vê perdas com terceirização externa Índice
|