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BC admite emitir com cláusulas de previsão de calote
DO ENVIADO ESPECIAL
O presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles,
admitiu ontem que o Brasil
estuda a possibilidade de
adotar as "cláusulas de calote" nos papéis da dívida externa brasileira, inclusive para a próxima emissão, se o
governo realmente decidir
voltar a tomar empréstimos
no mercado internacional.
Meirelles disse que tem
consultado investidores estrangeiros sobre o assunto,
entre outras razões, para
sondá-los se cobrariam juros maiores para adquirir os
papéis brasileiros caso já
contem com as CACs (cláusulas de ação coletiva), ou
"cláusulas de calote".
"De fato estamos avaliando a situação, vamos olhar
um pouco a reação dos mercados a essa cláusula", disse
ontem, na sede do FMI.
O presidente do BC confirmou, indiretamente, que as
restrições do governo brasileiro eram para a proposta
da vice-diretora-gerente do
Fundo, Anne Krueger -de
reestruturação organizada
da dívida externa de países
emergentes-, não para a
adoção das CACs.
"É diferente, é diferente",
disse ele, referindo-se à CAC
em relação à proposta de
Krueger. O projeto da vice-diretora do Fundo, porém,
foi praticamente abandonado pela instituição.
"Nós já demos um passo à
frente, mas há muita incerteza ainda, e nós vamos agir
com muita prudência", diz.
O receio do governo é que
a adoção da cláusula provoque aumento do custo de
captação (juros mais altos)
do país no mercado externo.
"A questão é saber se a cláusula será bem aceita pelo
mercado de Nova York como já é aceita pelo mercado
de Londres", destacou.
O presidente do BC disse
que o Brasil tem reserva de
recursos suficiente para garantir todos os pagamentos
de dívida previstos para o
ano. "A emissão, caso haja,
será para a composição de
reservas. O Brasil tem tranquilidade para esperar o momento certo [de emitir os títulos"." Amanhã, Meirelles
viaja para Nova York, onde
se reunirá com investidores
e com o Fed do Estado.
(LS)
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