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Entidade de engenheiros tem dificuldades
DA REPORTAGEM LOCAL
A Engecred (Cooperativa
de Economia e Crédito Mútuo dos Engenheiros de São
Paulo), criada em 1993 com
250 cooperados e patrimônio de R$ 2 milhões, é um
exemplo de cooperativa de
crédito que enfrenta dificuldades financeiras.
A cooperativa começou a
ter problemas, segundo um
ex-dirigente, após o Banco
Central mudar as regras que
estabelecem riscos financeiros. Procurado para comentar a situação da cooperativa, o atual presidente, Jomázio Avelino de Avelar, não
respondeu aos telefonemas
nem aos e-mails.
Em 1999, o BC decidiu
considerar com mais rigor
os atrasos no pagamento de
empréstimos concedidos
pelas cooperativas aos seus
sócios e passou a classificar o
risco de crédito do cliente
-de "A" (risco menor) a
"H" (risco maior).
As dívidas em atraso superiores a seis meses, por
exemplo, passaram a ser
consideradas risco "H", e,
portanto, tiveram de ser incluídas nos balanços das
cooperativas como perdas.
A criação da classificação de
risco afetou a Engecred, segundo o ex-dirigente da cooperativa. De um mês para
outro, diz, a cooperativa, que
tinha sobras de R$ 20 mil para ser dividida entre os sócios, passou a ter prejuízo de
R$ 1,5 milhão.
O BC chamou os dirigentes da Engecred para recompor o capital, mas os cooperados não entraram em
acordo. A direção da Engecred foi trocada, e a cooperativa fez proposta ao BC para
tentar resolver seus problemas.
A Folha apurou que, em
março de 2001, a cooperativa
refinanciou uma dívida de
cerca de R$ 180 mil, na ocasião, com a Cecresp (Central
de Cooperativas de Crédito
do Estado de São Paulo). A
central entrou com uma
ação na Justiça para pedir
pagamento da dívida, hoje
estimada em R$ 270 mil. Há
cerca de um mês, dirigentes
da cooperativa teriam procurado advogados da central
para tentar um acordo. No
site da cooperativa, a Engecred informa, em seu balancete de janeiro, que tem passivo de R$ 3,7 milhões.
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