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Globopar faz proposta
inicial para credores
DA REPORTAGEM LOCAL
A Globopar, dona de uma das
maiores dívidas em reestruturação no país, no valor de US$ 1,167
bilhão, fez, há cerca de um mês,
uma proposta inicial de reestruturação desses débitos, segundo um
representante dos credores.
A proposta envolveria alternativas tradicionais como alongamento de prazos e conversão de
moedas, mas a negociação ainda
está em sua fase inicial.
Procurada pela Folha, a Globopar informou, por meio de sua assessoria, que apresentou um plano de negócios aos credores em
abril e que "as negociações estão
bem encaminhadas".
O plano de negócios foi o segundo passo do processo de reavaliação, iniciado pela empresa em janeiro, e sucedeu a auditoria financeira e legal. Em novembro passado a empresa deixou de pagar
US$ 3 milhões e teve declarada
vencida toda sua dívida.
Segundo Milena Zaniboni, analista da Standard & Poor's, "a
Globopar precisa de um alongamento e de uma negociação do
total dos débitos, pois a empresa
não gera recursos suficientes para
honrar os pagamentos".
Segundo a analista, a geração de
caixa da empresa no ano passado
foi de R$ 250 milhões. "Isso não
dá para pagar nem os juros", diz.
Outra empresa do grupo, a Net,
também teve sua dívida de R$ 1,3
bilhão declarada vencida, depois
que deixou de pagar juros e parte
do principal durante todo o primeiro trimestre, segundo dados
do balanço. Procurada, a empresa
não quis se manifestar.
No rol de reestruturação de dívidas há casos que se arrastam no
tempo. Desde o ano passado a
BCP negocia com bancos credores, que acabaram assumindo a
administração da empresa. A solução, segundo sua assessoria, será a venda da companhia, que está
em processo de avaliação.
Mais casos
Outra solução radical para a
inadimplência é o processo de fusão da Varig com a TAM. Foi a
condição para começar a reestruturar sua dívida de US$ 1,2 bilhão.
O grupo Algar, de Minas Gerais,
também negocia com bancos locais uma dívida de R$ 600 milhões. Segundo um dos negociadores, a dívida será alongada mediante emissão de debêntures.
A inadimplência também afeta
empresas de menor porte, como a
Teka, de Blumenau. Segundo Daniel Pasquale, analista da Fator
Doria Atherino, a empresa não
honrou debêntures vencidas no
primeiro trimestre deste ano.
O débito, de R$ 26,4 milhões, foi
repactuado em janeiro, mas a empresa não cumpriu o acordo. Procurada pela Folha, a direção da
Teka não respondeu.
(SB)
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