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Políticas de financiamento excluíram o setor até 97
DA SUCURSAL DO RIO
As empresas de comunicação
sustentam que foram discriminadas durante muitos anos pelo
BNDES. Até 1990, as políticas
operacionais do banco não admitiam nenhum nenhum tipo de financiamento ao setor. Em 90,
passou a ser admitida a concessão
de crédito apenas para a compra
de equipamentos fabricados no
Brasil, sendo que o setor depende,
basicamente, de equipamentos
importados. Só em 97, acabaram-se os vetos.
Não se sabe por quanto tempo
durou a discriminação. A pedido
da Folha, o banco fez um levantamento das políticas operacionais
(documento que define a estratégia de ação) e das atas das reuniões da diretoria, para tentar
identificar quando e por que motivo o setor foi excluído dos empréstimos, mas não foi possível
identificar como a prática começou, porque só foi localizada a documentação a partir de 86. O
BNDES foi criado em 52.
Na política operacional de 86
consta que gráficas, editoras, jornais, revistas, emissoras de rádio e
de televisão estavam excluídas do
POC (Programa de Operações
Conjuntas), que abrangia os financiamentos concedidos por intermédio dos agentes financeiros.
Em 88, foi criado um programa
de financiamento de bens de capital e bens de consumo, das indústrias de transformação e farmacêutica e de setores tecnológicos
de ponta. Três setores ficaram excluídos do programa: usinas de
açúcar, construção civil e indústrias gráficas para impressão de
jornais e revistas.
As empresas de rádio e televisão
eram tratadas como entretenimento e diversão. Na política operacional aprovada em 94, por
exemplo, a radiodifusão aparece
ao lado de motéis, saunas e termas como segmento que não poderia ser financiado.
Apesar de não haver mais restrições, o setor de mídia continua
com participação inexpressiva
dentro das operações de crédito
do BNDES.
De janeiro de 98 a setembro de
2003, o BNDES emprestou R$
111,6 milhões ao setor (o que representa cerca de US$ 0,04 bilhão), enquanto o setor de eletricidade, gás e água recebeu US$
14,1 bilhões, as indústrias de equipamentos de transporte, US$ 7,7
bilhões, a agropecuária obteve
US$ 6,9 bilhões, e a indústria metalúrgica, US$ 4 bilhões.
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