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CONCORRÊNCIA
Consumidor experimenta novas marcas, o que eleva a participação de empresas diferentes em certos nichos
Mercado fica mais pulverizado em 2002
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As piores colocadas no ranking
das maiores empresas do país
(por setor) abocanharam mais
mercado em 2002, ano de renda
em decadência e demanda em
marcha lenta. Ganharam participação de mercado companhias
como Italac (no setor de leites),
Parmalat -que cresceu no segmento dos iogurtes- e a Kaiser,
que disputa, à distância, as gôndolas com Brahma e Skol. Resultado: no primeiro semestre do
ano, em relação a dezembro de
2001, o mercado brasileiro ficou
menos concentrado.
No setor do café torrado, por
exemplo, a norte-americana Sara
Lee - dona das marcas Pilão, Café do Ponto e Caboclo- passou
de uma participação de 23,6% em
2001 para 20,7% em junho de
2002 (em volume vendido). Já o
café Bom Dia, empresa do sul de
Minas Gerais e com uma fábrica,
passou de 2,2% para 2,7%.
Os dados foram compilados pelo Instituto de Pesquisas Nielsen e
obtidos pela Folha.
Se alguns perderam, outros apenas mantiveram o tamanho do
bolo. A Parmalat, com 16 fábricas
e gasto anual de R$ 7,7 milhões só
em campanhas para reforçar sua
marca, não ganhou mercado. Ela
era responsável por 19,2% das
vendas de leite integral em 2001, a
mesma taxa do semestre passado.
No mesmo período, a Italac,
empresa goiana de sete anos de
idade, ganhou 0,7 ponto percentual, alcançando 5,1% de participação no segmento de leite integral em junho passado.
Mudanças em segmentos extremamente concentrados também
foram verificadas. A Unilever, dona do Omo -produto presente
em sete de cada dez casas-, perdeu pontos. A empresa caiu de
73,6% de participação em 2001
para 69,9% neste ano. A Procter
& Gamble foi na esteira -perdeu
0,4 ponto. Parece pouco, mas não
é. "A briga ocorre a cada pontinho. Qualquer perda causa um
baque", diz Eugênio Foganholo,
analista de varejo.
Sobram razões que explicam os
movimentos de ligeira desconcentração em 2002. Um cenário
de incertezas leva o brasileiro a
gastar menos. E a fazer mais trocas nas prateleiras dos supermercados - logo, a tornar menos
concentrado o mercado.
Em julho, a renda do trabalhador no país caiu 3,1% em relação a
julho de 2001. E o tempo médio
gasto pelo trabalhador para achar
uma nova vaga cresceu. "Se tivermos uma recuperação de renda
logo, então tudo muda com novas
movimentações nos rankings",
afirma Luis Marini, sócio da área
de produtos de consumo e varejo
da PricewaterhouseCoopers.
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