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PRIVATIZAÇÃO
FHC assume 5 empresas
Cresce participação do governo em energia
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de ter tentado privatizar
o setor de energia, o governo FHC
acabou elevando a participação
federal na área de distribuição.
Em 95, o governo tinha duas distribuidoras -Light (RJ) e Escelsa
(ES), já privatizadas- e hoje tem
cinco empresas: Ceron (RO), Cepisa (PI), Ceal (AL), Eletroacre
(AC) e Ceam (AM).
Além de ter elevado a participação federal no setor, o atual governo deixou de ter empresas em
mercados potencialmente rentáveis (região metropolitana do Rio
e Espírito Santo) para se tornar
proprietário de distribuidoras deficitárias. O prejuízo somado das
cinco distribuidoras federais em
2001 foi de R$ 270 milhões.
O próximo governo terá que decidir se mantém as empresas deficitárias ou tenta privatizá-las. O
mercado, no entanto, não tem demonstrado interesse em comprar
empresas com o perfil das atuais
distribuidoras federais.
Desde agosto, a Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica) tenta revender a Cemar (MA) -empresa com o mesmo perfil de
mercado das distribuidoras federais-, mas o processo ainda não
foi concluído.
A empresa, que havia sido comprada pelo grupo americano PPL,
está sob intervenção. Se não encontrar compradores, o governo
pode retomar a concessão e passar a controlar seis distribuidoras.
A PPL não quis mais ser proprietária da Cemar, sob a alegação
de perdas financeiras com o racionamento e o não-pagamento
da energia vendida no MAE
(Mercado Atacadista de Energia
Elétrica). A Cemar teve prejuízo
de R$ 214 milhões em 2001.
As atuais distribuidoras de
energia do governo federal foram
adquiridas dos governos estaduais para serem privatizadas, o
que acabou não acontecendo.
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