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JOGO DE NÚMEROS
Governo quer pesquisa sobre emprego em todo país
Ministério do Trabalho diz que é preciso ampliar dados
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério do Trabalho considera que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) é um indicador eficiente
do mercado de trabalho. "O Caged tem um caráter censitário e
atinge todos os municípios do
Brasil", diz Remígio Todeschini,
secretário de Políticas Públicas.
Mas admite que há a necessidade de uma pesquisa mais ampla,
abrangendo "todas as regiões metropolitanas e boa parte do interior do país". O ministério estuda,
em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a criação de um levantamento estatístico. O custo de uma
PME (Pesquisa Mensal de Emprego) de âmbito nacional, por
exemplo, foi estimado em aproximadamente R$ 11 milhões, de
acordo com técnicos do instituto.
Para o secretário, o fato de não
haver uma amostra fixa de empresas que prestam declarações
mensais ao Caged não compromete o resultado do indicador. "A
variação é insignificante e não
compromete a qualidade estatística dos dados. Até mesmo porque o foco [o objetivo do Caged] é
o saldo entre as admissões e os
desligamentos." Cerca de 500 mil
empresas prestam informações
mensalmente ao Caged.
Para Todeschini, o Caged mostra as variações no emprego ao
longo do ano, assim como os outros indicadores. "O Caged registra saldos negativos. Geralmente,
o nível de emprego tende a ser negativo no final de cada ano. O Caged é o que mais capta os efeitos
sazonais e conjunturais do mercado de trabalho", afirma.
Desde 1997, segundo informa o
secretário, o preenchimento das
informações é on-line. "Usa-se
um sistema similar ao da declaração do Imposto de Renda. O fluxo
de mão-de-obra [admissões e
desligamentos] é influenciado pela conjuntura. A cobertura do Caged é resultado do ambiente econômico", diz Todeschini.
O secretário afirma que o estoque de empregos é da ordem de
23,5 milhões. O saldo de 347 mil
postos criados de janeiro a março
deste ano, segundo ele, foram
"agregados ao estoque".
"Quando o estabelecimento
presta informações ao Caged é
porque ele reconhece que houve
movimento. Se não declara, reconhece que não houve movimento", diz Todeschini.
De acordo com o secretário, o
emprego formal está crescendo,
mas não em ritmo suficiente para
atender os que entram no mercado de trabalho. "No ano passado,
houve a criação de 742 mil empregos formais no país. Mas 1,5 milhão de pessoas ingressou no
mercado. A procura por uma
oportunidade aumentou devido a
queda na renda das famílias."
Angela Filgueiras Jorge, coordenadora de trabalho e rendimento
do IBGE, diz que o Caged é um retrato do que acontece com o emprego no setor formal. "Para o
que o indicador se propõe [mostrar o saldo entre contratações e
demissões], ele cumpre."
(CLAUDIA ROLLI E FÁTIMA FERNANDES)
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