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VEÍCULOS
Honda e Toyota aumentam as vendas no país e já roubam o espaço das quatro grandes; francesas emperram
Novatas, japonesas ganham mercado
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um ano no qual a indústria
automobilística terá que suportar
uma queda de até 10% no mercado interno, duas marcas japonesas começam a sobressair entre as
"newcomers" -as montadoras
que instalaram fábricas no país na
virada dos anos 90 para os 2000.
A Honda, amparada em um novo modelo (o segundo em produção no Brasil), e a Toyota, com
uma nova versão de um modelo
que existe no Japão desde a década de 60, devem fechar 2003 com
expansão de pelo menos um ponto em sua participação no mercado. O desempenho das duas deverá tomar a contramão de novatas
como Renault, Citroën e Peugeot,
que flertam terminar o ano estagnadas em relação a 2002.
Com linha de montagem de carros no Brasil desde 1997, a Honda
acumulou no ano passado vendas
internas de 20.930 unidades. O
que representava 1,7% do 1,225
milhão de unidades comercializadas -esse levantamento considera apenas automóveis (ou seja,
não estão incluídos comerciais leves). Os 17.499 carros vendidos
pela Toyota equivaleram a 1,42%
do total do mercado em 2002.
De janeiro até outubro último, a
Honda comercializou 24.178 automóveis -ou 2,62% do universo
de 919.363 unidades (não considerados os comerciais leves). A
Toyota viu sua participação, por
esse levantamento, aumentar para 3,17% -foram 29.209 unidades vendidas em dez meses. As líderes, GM e Fiat, responderam
por, respectivamente, 25,9% e
25% do total de carros vendidos.
"Uma década atrás, somando-se automóveis e comerciais leves,
não havia mais que uma centena
de modelos e versões. Hoje, são
300. É natural que se intensifique
o processo de pulverização", diz o
consultor José Eduardo Favaretto. "As novas montadoras investiram na ampliação de rede de concessionárias e começam a colher
resultados."
O consultor ressalva que as vendas da Honda foram impulsionadas a partir de abril, depois da entrada no mercado de um modelo
médio da montadora (Fit). Naquele mês, venderam-se 44 unidades. Em outubro, foram 2.414.
De acordo com Kazuo Nozawa,
diretor-executivo da Honda, a
marca deve fechar o ano com 32
mil unidades vendidas (somados
os dois modelos) -aumento de
57% em relação a 2002.
Em 2002, as vendas internas somaram 1,511 milhão de unidades
(desse total, 1,295 milhão foi de
automóveis de passageiros e 215,1
mil, de comerciais leves). De janeiro a outubro, as vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 8,6% em relação ao ano
passado, segundo a Anfavea.
Não menos ambiciosa é a meta
da Toyota: até 2010, obter 10% do
mercado. "Para aumentar nossa
participação, teremos que apresentar novos produtos", diz Longino Morawski, gerente-geral de
vendas da Toyota Mercosul.
Entre as demais novatas, a francesa Renault acumula no ano participação média de 4,5% nas vendas internas -nos dez primeiros
meses de 2002, a participação média no mercado fora de 4,96%. As
marcas do grupo Peugeot/Citroën detiveram, de janeiro a outubro, média de 4,67% das vendas
de automóveis. No ano passado,
estavam com 5,3% -sem considerar os comerciais leves.
Entre as quatro grandes, a disputa pelo primeiro posto envolve
GM e Fiat: até setembro, pelas
vendas gerais, a GM tinha 24,2%
de participação contra os 24,5%
da Fiat. A Volks, que em 1999, dominava mais de 30% do mercado,
não superava 22%. Com a Ford,
ocorreu o inverso: deixou os 7%
de 2001 para cerca de 11%.
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