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BC intensifica compra de dólar e adquire US$ 5 bi
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central intensificou
sua atuação no mercado de câmbio neste mês, aumentando em
mais de 50% o volume de dólares
comprado, na média, em cada um
de seus leilões. Ao todo, entre 3 de
outubro e 8 de novembro, o BC
adquiriu cerca de US$ 5,2 bilhões,
dinheiro que foi depositado nas
reservas em moeda estrangeira do
governo.
No mês passado, o BC fez 18 leilões de compra de dólares, que resultaram na aquisição de aproximadamente US$ 3,5 bilhões
-uma média de US$ 194 milhões
em cada operação. Neste mês, até
o dia 8, foram seis leilões em que o
BC comprou US$ 1,7 bilhão
-US$ 335 milhões por vez.
Esses números foram estimados com base em dados divulgados pelo BC. O valor das compras
diárias só é fornecido pela instituição em reais, sendo que o total
de dólares pode ser calculado com
base na cotação média praticada
em cada leilão.
Ao todo, o mercado de câmbio
movimenta entre US$ 1 bilhão e
US$ 1,5 bilhão por dia. No mês
passado, o BC começou a comprar dólares depois de mais de
seis meses sem operar no mercado.
A justificativa oficial para as
operações foi a necessidade de reforçar as reservas internacionais
do país, embora as intervenções
tenham também o efeito de pressionar a cotação do dólar.
No dia 1º de novembro, por
exemplo, o BC comprou US$ 470
milhões -quase metade do movimento de um dia normal no
mercado. No dia 3, foram adquiridos mais US$ 465 milhões. A
ação mais agressiva, porém, não
impediu a contínua queda do dólar: a cotação da moeda dos EUA
chegou a registrar dez dias (úteis)
seguidos de queda.
Palocci
Essa trajetória só se interrompeu na última segunda-feira,
quando os rumores de uma possível demissão do ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda) e a expectativa de uma ação mais forte do
BC no mercado futuro de câmbio
trouxeram um certo nervosismo
aos investidores.
A valorização do real se explica,
em parte, pelo elevado fluxo de
capital externo que o país tem recebido nos últimos meses. Em outubro, segundo o BC, a entrada líquida de recursos ficou em US$
3,786 bilhões. Outros US$ 206 milhões ingressaram nas primeiras
duas semanas deste mês, segundo
dados parciais.
Embora não tenha feito o dólar
subir, as intervenções do BC no
câmbio podem ter impedido uma
desvalorização ainda maior da
moeda norte-americana.
Além disso, as compras efetuadas nas últimas semanas levaram
a um aumento das reservas internacionais: desde o começo de outubro até a segunda-feira passada,
elas subiram de US$ 52,850 bilhões para US$ 61,798 bilhões.
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