São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 2005

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Yuan não deve ser valorizado, diz Nobel

DA BLOOMBERG

A China deveria resistir às pressões dos Estados Unidos para que o yuan se valorize, pois esse tipo de tática viola as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse Robert Mundell, professor de economia da Universidade de Columbia, ganhador do Prêmio Nobel em 1999.
"O percentual de valorização de 20% a 25% sugerido para a valorização do yuan seria desastroso para a China, pois causaria deflação, reduziria o crescimento econômico e os investimentos estrangeiros diretos, além de desestabilizar a Ásia", disse Mundell em entrevista concedida em evento paralelo durante a reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, pela sigla em inglês) realizada na Coréia do Sul.
Um painel nomeado por parlamentares norte-americanos em 9 de novembro descreveu a desvalorização do yuan como um "passo extremamente limitado" e disse que o Congresso dos Estados Unidos deveria pensar em elevar as tarifas de importação dos produtos chineses. O painel pediu que os parlamentares entrassem com uma reclamação na OMC caso a China não desvalorizasse sua moeda em, pelo menos, 25%.
O ministro do Comércio da China, Bo Xilai, afirmou ontem que tentativas de parlamentares norte-americanos de impor tarifas mais elevadas poderia desencadear uma disputa bilateral.
Produtores do setor manufatureiro e sindicatos dos Estados Unidos se uniram aos parlamentares norte-americanos para pressionar o presidente George W. Bush a adotar medidas severas contra o que eles chamam de práticas injustas por parte da China, como a subvalorização de sua moeda, a disponibilização de empréstimos a empresas a juros baixos e a redução de impostos a fabricantes locais.
Em outubro passado, o superávit comercial da China subiu e atingiu o recorde de US$ 12 bilhões, comparativamente aos US$ 7,56 bilhões de setembro passado, disse o departamento alfandegário de Pequim em comunicado divulgado em 10 de novembro. Ainda em outubro, as exportações chinesas aumentaram 29,7% em relação ao mesmo período do ano passado, superando a alta de 23,4% das importações. Bush pretende encontrar-se com o presidente chinês Hu Jintao em Pequim em 19 de novembro.


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