São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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FOMENTO

Empréstimo do BNDES a estrangeira cai em 2003

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Em 2003, primeiro ano da administração do nacionalista Carlos Lessa à frente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), o total de empréstimos aprovados para empresas de capital estrangeiro registrou queda de 35,4% em relação a 2002.
A queda não tem relação com as normas que estabeleciam juros mais altos para empresas estrangeiras e que foi revogada na semana passada por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As normas entraram em vigor no dia 1º de março deste ano.
Foram aprovados em 2003 R$ 4,916 bilhões em novos contratos para subsidiárias brasileiras de empresas estrangeiras, ou 12,18% do total das aprovações do ano (R$ 40,364 bilhões). Em 2002, as estrangeiras haviam obtido aprovações no valor de R$ 7,615 bilhões, ou 18,54% do total (R$ 41,073 bilhões).
Segundo a direção do banco, a queda nas aprovações decorreu da redução do número de novos pedidos.
As montadoras de veículos, quase todas estrangeiras, tiveram em 2003 um aumento na contratação de novos empréstimos do banco, de R$ 357 milhões em 2002 para R$ 2,317 bilhões no ano passado, alta de 549%.
A separação entre o capital nacional e o estrangeiro sempre esteve na ordem do dia da atual gestão do BNDES. Em novembro passado, o banco decidiu comprar, por R$ 1,5 bilhão, 8,5% do capital da Valepar, empresa que controla a Vale do Rio Doce.
A iniciativa do banco gerou uma enorme polêmica dentro e fora do governo. Lessa disse que o BNDES agiu para evitar que uma empresa de capital estrangeiro, a japonesa Mitsui, comprasse as ações, colocando em risco o controle nacional do capital da Vale.

Recurso
O BNDES informou que as empresas de capital estrangeiro que se considerarem prejudicadas por terem contratado empréstimos com as regras que vigoraram de 1º de março até o último dia 13 poderão apresentar recursos ao banco e pedir equiparação às nacionais.
Segundo o BNDES, pequenas e médias empresas de capital estrangeiro que tenham obtido empréstimos durante a vigência da regra não foram afetadas por ela, pois a aplicação das novas políticas operacionais do banco para essas empresas fora adiada para 30 de abril, a pedido da Febraban, que reúne os bancos brasileiros.


Colaborou Ana Paula Grabois, do Folha Online


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