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FOMENTO
Empréstimo do BNDES a estrangeira cai em 2003
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Em 2003, primeiro ano da administração do nacionalista Carlos Lessa à frente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico), o total de empréstimos aprovados para empresas de
capital estrangeiro registrou queda de 35,4% em relação a 2002.
A queda não tem relação com as
normas que estabeleciam juros
mais altos para empresas estrangeiras e que foi revogada na semana passada por determinação do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As normas entraram em vigor
no dia 1º de março deste ano.
Foram aprovados em 2003 R$
4,916 bilhões em novos contratos
para subsidiárias brasileiras de
empresas estrangeiras, ou 12,18%
do total das aprovações do ano
(R$ 40,364 bilhões). Em 2002, as
estrangeiras haviam obtido aprovações no valor de R$ 7,615 bilhões, ou 18,54% do total (R$
41,073 bilhões).
Segundo a direção do banco, a
queda nas aprovações decorreu
da redução do número de novos
pedidos.
As montadoras de veículos,
quase todas estrangeiras, tiveram
em 2003 um aumento na contratação de novos empréstimos do
banco, de R$ 357 milhões em 2002
para R$ 2,317 bilhões no ano passado, alta de 549%.
A separação entre o capital nacional e o estrangeiro sempre esteve na ordem do dia da atual gestão do BNDES. Em novembro
passado, o banco decidiu comprar, por R$ 1,5 bilhão, 8,5% do
capital da Valepar, empresa que
controla a Vale do Rio Doce.
A iniciativa do banco gerou
uma enorme polêmica dentro e
fora do governo. Lessa disse que o
BNDES agiu para evitar que uma
empresa de capital estrangeiro, a
japonesa Mitsui, comprasse as
ações, colocando em risco o controle nacional do capital da Vale.
Recurso
O BNDES informou que as empresas de capital estrangeiro que
se considerarem prejudicadas por
terem contratado empréstimos
com as regras que vigoraram de 1º
de março até o último dia 13 poderão apresentar recursos ao banco e pedir equiparação às nacionais.
Segundo o BNDES, pequenas e
médias empresas de capital estrangeiro que tenham obtido empréstimos durante a vigência da
regra não foram afetadas por ela,
pois a aplicação das novas políticas operacionais do banco para
essas empresas fora adiada para
30 de abril, a pedido da Febraban,
que reúne os bancos brasileiros.
Colaborou Ana Paula Grabois,
do Folha Online
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