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A DEFESA
Desequilíbrio fiscal foi combatido, diz Lisboa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa, diz que o governo teve em 2003 o objetivo de
combater "os desequilíbrios fiscais de meados dos anos 90, que
foram em boa parte responsáveis pela elevada relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto)
e a carga tributária de hoje".
"Não há indicativo de aumento de carga tributária. Deixo claro que o compromisso do ministro [Antonio] Palocci [Filho,
da Fazenda] é com a carga do
governo federal, da União", afirma. Segundo ele, os dados estão
disponíveis na Receita Federal
para mostrar que a carga tributária da União "caiu levemente",
de 24,53% do PIB para 24,45%.
Diz que, caso a carga tributária
suba neste e nos próximos anos,
Palocci cumprirá o compromisso de adotar atos que diminuam
tributos.
Afirmou ainda que "parte da
nossa dívida consiste de títulos
direta ou indiretamente indexados ao câmbio. Com desvalorização cambial, o valor em reais
desses títulos aumenta, aumentando a relação dívida/PIB. É
um efeito semelhante ao aumento da taxa de juros. Esse impacto do câmbio pode ser tratado como valorização patrimonial ou juros nominais. Mas o
impacto sobre a dívida é o mesmo", afirma.
Segundo ele, em 2002, a desvalorização cambial resultou num
grande aumento da dívida. Em
2003, a valorização cambial teve
efeito oposto. Ao somar a variação cambial com o pagamento
dos juros, o custo da dívida em
2003 foi menor do que em 2002.
Dívida pública
"Houve uma melhoria progressiva da situação fiscal a partir de 99, obtida por meio do aumento da carga tributária e do
aumento do superávit primário,
mas que se revelaram insuficientes para estabilizar a relação
dívida/PIB", disse.
Lisboa evita "polemizar" e
apontar diretamente a gestão
econômica do PSDB nos dois
governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) como a principal responsável por uma dívida pública
que ultrapassa R$ 900 bilhões.
"Quando falo em não atribuir
culpa, enfatizo que, se a dinâmica de despesa é crescente como
fração do PIB, a dívida ou a carga tributária aumentam, ou
ocorre uma combinação de ambos." Nesse caso, afirma que o
governo volta a se financiar via
inflação, como no passado.
Diz que a dívida pública em
1995 equivalia a 30% do PIB e
que, em dezembro de 2002, atingiu 55,5%. Admite que a relação
dívida/PIB "aumentou um pouco" em 2003, mas avalia que a
tendência é estabilizar e cair.
"A coisa estava pesada no final
de 2002. O ajuste fiscal permitiu
queda dos juros, tanto da Selic
[hoje em 16% ao ano] quanto
das taxas de mercado", afirma.
(KA)
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