São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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Papéis da dívida russa encostam nos brasileiros

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na esteira da perspectiva da elevação da taxa básica de juros dos EUA e do recente desencanto de alguns investidores internacionais com o Brasil, um sutil movimento de migração de títulos da dívida brasileira para a russa pode estar em formação.
Cálculos da corretora EmergingPortfolio.com mostram que a participação brasileira na carteira da corretora está em queda. De um patamar de 18,9% registrado em dezembro de 2003 -o mais alto nível alcançado pelo Brasil-, a fatia do país passou para 17,4% em fevereiro e deve ficar abaixo de 17% após a compilação dos dados das últimas semanas.
No mesmo período, a participação russa no bolo de US$ 25,5 bilhões investidos em papéis da dívida emergente subiu de 14,8% para 15,3%, podendo atingir 16%.
"Há um crescente aumento da aversão ao risco, o que leva a uma busca por ativos considerados mais seguros. Acredito que a Rússia esteja desviando alguns clientes que investiam no Brasil", avalia Brad Durham, diretor da corretora. A EmergingPortfolio.com administra cerca de 5.000 fundos internacionais.
O chamariz da Rússia está na recente valorização dos preços do petróleo no mercado internacional, uma das principais commodities de exportação do país, e nos prognósticos de crescimento. O instituto Oxford Economic Forecast calcula que o PIB (Produto Interno Bruto) russo deve crescer 5,8% em 2004. O PIB brasileiro, prevê a OEF, deve subir 3,3%.
Segundo Durham, o Brasil também pode perder espaço para outros emergentes do Leste Europeu, após a incorporação desses países à União Européia, no mês que vem.


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