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Papéis da dívida russa encostam
nos brasileiros
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na esteira da perspectiva da elevação da taxa básica de juros dos
EUA e do recente desencanto de
alguns investidores internacionais com o Brasil, um sutil movimento de migração de títulos da
dívida brasileira para a russa pode
estar em formação.
Cálculos da corretora EmergingPortfolio.com mostram que a
participação brasileira na carteira
da corretora está em queda. De
um patamar de 18,9% registrado
em dezembro de 2003 -o mais
alto nível alcançado pelo Brasil-,
a fatia do país passou para 17,4%
em fevereiro e deve ficar abaixo
de 17% após a compilação dos dados das últimas semanas.
No mesmo período, a participação russa no bolo de US$ 25,5 bilhões investidos em papéis da dívida emergente subiu de 14,8%
para 15,3%, podendo atingir 16%.
"Há um crescente aumento da
aversão ao risco, o que leva a uma
busca por ativos considerados
mais seguros. Acredito que a Rússia esteja desviando alguns clientes que investiam no Brasil", avalia Brad Durham, diretor da corretora. A EmergingPortfolio.com
administra cerca de 5.000 fundos
internacionais.
O chamariz da Rússia está na recente valorização dos preços do
petróleo no mercado internacional, uma das principais commodities de exportação do país, e nos
prognósticos de crescimento. O
instituto Oxford Economic Forecast calcula que o PIB (Produto
Interno Bruto) russo deve crescer
5,8% em 2004. O PIB brasileiro,
prevê a OEF, deve subir 3,3%.
Segundo Durham, o Brasil também pode perder espaço para outros emergentes do Leste Europeu, após a incorporação desses
países à União Européia, no mês
que vem.
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