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Petrobras estima perder US$ 416 mi com usinas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Lançado com estardalhaço em
2000 pelo governo FHC, o programa prioritário de termelétricas
continua gerando perdas para a
Petrobras. A companhia informou na semana passada que elevou a provisão (reserva de recursos) por causa de prejuízos com
as usinas térmicas em US$ 211 milhões somente neste ano.
A estatal já havia previsto perdas de US$ 205 milhões para 2003.
No ano passado, o provisionamento de R$ 1,55 bilhão para as
termelétricas foi uma das principais razões para a redução do lucro da companhia -de R$ 9,867
bilhões em 2001 para R$ 8,098 bilhões em 2002.
No primeiro trimestre de 2003,
a companhia foi obrigada a aumentar as provisões para US$ 416
milhões. A exposição financeira
da estatal no setor de energia elétrica é de US$ 1,74 bilhão.
O diretor de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse à Folha
que o principal fator para as perdas é a compra pela estatal da capacidade de geração de três usinas térmicas nas quais não é sócia.
"Em cinco anos, vamos colocar
o dobro do dinheiro que foi necessário para construir as três usinas", afirmou ele, que calcula um
prejuízo anual de US$ 293 milhões com as unidades.
As termelétricas que estão fazendo a Petrobras perder dinheiro são Macaé Merchant (RJ), da
norte-americana El Paso; Eletrobolt (RJ), da norte-americana
Enron; e Termoceará (CE), do
grupo nacional EBX.
Mesmo sem produzir energia,
as usinas recebem da Petrobras
pela capacidade instalada. Somadas, elas têm capacidade de geração de 1.500 MW.
Das térmicas, só a Macaé está
produzindo cerca de 20% da capacidade de 928 MW. As demais
estão paradas.
Outros motivos que explicam as
perdas, segundo Sauer, são o baixo preço da energia e a falta de
mercado consumidor para as termelétricas. Tanto o preço como a
distribuição da energia estão neste ano menores do que a previsão
feita pela Petrobras em 2002.
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