|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula deve ser mais ousado, diz Monteiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Leia a seguir continuação da
entrevista do presidente da CNI
(Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, concedida à Folha:
Folha - O sr. também acha que o
governo mudou, mas continuou
tendo corpo e alma paulistas?
Monteiro Neto - Não gosto de dizer assim, que é um governo paulista, mas é homogêneo na falta
dessa visão regional. É o Ciro, e só
o Ciro. Ponto.
Folha - Qual a posição da CNI
quanto à proposta de reforma tributária?
Monteiro Neto - É claramente insuficiente e tímida. Há um desbalanceamento gritante entre a extraordinária capacidade política
do governo -aliás, do Lula- e a
timidez da reforma tributária.
Com o gás político que tem, ele tinha de ter ousado mais, tinha de
efetivamente ter tentado uma reforma real, não um arremedo. A
proposta acabou excessivamente
prudente. A questão é essencialmente política, não técnica. Está
colada no pacto federativo, de distribuição de renda entre regiões e
Estados. O governo não quis ousar, com receio de desencadear
muita resistência e não conseguir
aprovar. Avaliou mal.
Folha - E a reforma da Previdência?
Monteiro Neto - Os limites ficaram mais razoáveis do que na tributária. A taxação dos inativos é
emblemática, porque demonstra
firmeza, até porque é o único dispositivo com impacto fiscal de
curto prazo.
Folha - O teto de R$ 17 mil não ficou alto demais?
Monteiro - Ficou, sim, com certeza. Foi sugestão do Judiciário,
um teste de sensibilidade e dos limites nessa área.
Texto Anterior: "Fase dois": Falta nitidez na política industrial, diz CNI Próximo Texto: Mercados e serviços: Agora é a vez das declarações de empresas Índice
|