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BALEIA HIGH-TECH
Índia exporta tecnologia e vira pólo de terceirização de serviços
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao longo da última década, a
Índia tornou-se destaque no modelo de exportação de serviços. A
participação mundial do país passou de 0,6% em 1990 para 1,2%
em 2001.
Na América Latina inteira, incluindo o Brasil, a fatia não ultrapassa 2%, segundo a Unctad (órgão das Nações Unidas para comércio e desenvolvimento).
"Com 20% das exportações
mundiais, a Índia se tornou o
maior líder global na exportação
de tecnologia da informação, na
frente da Irlanda e dos Estados
Unidos", diz estudo publicado recentemente pelo Cepii (Centro de
Estudos Prospectivos e de Informações Internacionais), localizado em Paris (França).
A economia indiana também
tem sido bem-sucedida em atrair
investimentos para o setor de serviços. O país é um pólo da terceirização de serviços, especialmente
no segmento de telemarketing.
Empresas como Daimler-Chrysler, British Telecom, Citigroup, por exemplo, transferiram
os seus call-centers para a Índia.
Na avaliação do professor da
FGV-SP Antonio Manfredini, o
Brasil deveria desenvolver mais, a
exemplo da Índia, a indústria de
softwares e investir para atrair
serviços de terceirização.
"Além disso, a economia indiana tem sido caracterizada por
bons fundamentos macroeconômicos: nível modesto de dívida
externa de curto prazo, um déficit
do balanço de pagamentos administrável, reservas internacionais
e modesta exposição a instabilidades financeiras externas graças
aos controles de capitais", diz o
estudo do Cepii. Esse quadro difere da situação brasileira, que ainda se mostra bastante vulnerável a
choques externos.
O professor Luiz Gonzaga Belluzzo também destaca pontos
positivos da economia indiana,
que segundo projeção do FMI
(Fundo Monetário Internacional)
deve obter uma taxa de crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) de 6,8% neste ano.
"No seu ritmo de reformas [que
tomaram mais impulso no começo dos anos 90], a Índia procurou
preservar instrumentos de gestão
da sua política econômica interna. Jamais abriu a sua conta de capitais do jeito que o Brasil abriu e,
portanto, manteve a capacidade
de tomar decisões de política monetária e fiscal mais adequadas
para o seu crescimento econômico", diz Belluzzo.
O país, entretanto, ainda luta
contra um crescente déficit na balança comercial. Dados do governo indiano mostram um déficit
de US$ 14,4 milhões entre abril de
2003 e janeiro de 2004. No mesmo
período entre 2002 e 2003, esse valor era de US$ 7,5 milhões.
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