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EM TRANSE
Estimativa anterior falava em expansão de pelo menos 2%; previsão de inflação em 2003 sobe de 4% para 5%
PIB crescerá só 1,5% neste ano, diz governo
VIVALDO DE SOUSA
COORDENADOR DE ECONOMIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) brasileiro deverá
ser de apenas 1,5% neste ano, conforme nova previsão do governo.
A estimativa é inferior ao crescimento de pelo menos 2% com o
qual a equipe econômica vinha
trabalhando havia alguns meses.
A nova previsão, que consta no
cenário elaborado nas discussões
do último acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional), deverá ser divulgada pelo governo nos próximos dias. Para
2003, o crescimento do PIB previsto é de 3,5%. Essa estimativa
para o primeiro ano do próximo
governo está abaixo dos 4% de
crescimento econômico incluído
na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Como já há essa previsão na
LDO, o governo terá de propor
uma correção da lei já aprovada.
Isso deverá ser feito no final de
agosto, quando a proposta de Orçamento para o próximo ano for
enviada ao Congresso. Na proposta orçamentária, o governo vai
informar que elevou de 4% para
5% a estimativa de inflação medida pelo IGP-DI para 2003. A meta
de inflação do Banco Central, medida pelo IPCA, continua em 4%,
com variação de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Se confirmado, o crescimento
econômico esperado para este
ano é exatamente igual ao registrado em 2001 pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Seria superior apenas ao crescimento do
PIB em 1998 (0,2%) e 1999 (0,8%)
durante o governo FHC. No começo do ano, o governo esperava
crescimento de 2,5% em 2002.
O agravamento da crise nos
EUA e na Argentina e a indefinição do programa econômico do
próximo presidente -que contribuiu para elevar a cotação do
dólar- são apontados pelo governo como motivos para a mudança no crescimento do PIB. Esse crescimento de 1,5% é bem inferior ao que querem os quatro
principais candidatos a ocupar a
cadeira de FHC. Esses presidenciáveis, que amanhã terão uma
reunião com FHC, querem crescimento do PIB entre 4,5% e 7%.
O tucano José Serra fala em
crescimento médio de 4,5% no
período de 2003 a 2006. Já o petista Luiz Inácio Lula da Silva defende um crescimento de 5%. Ciro
Gomes prevê um crescimento de
pelo menos 5%. Mais ambicioso,
Anthony Garotinho fala em crescimento de 5% a 7%.
O Orçamento para 2003, que
deverá ser aprovado pelo Congresso até dezembro, deverá prever ainda um reajuste médio de
2% a 2,5% para todos os servidores públicos federais. Neste ano, o
reajuste foi de 3,5%. Com esse aumento, os gastos com pessoal deverão ficar entre R$ 77 bilhões e
R$ 78 bilhões.
Se o Ministério do Planejamento, responsável pela elaboração da
proposta de Orçamento, tivesse
atendido todos os pedidos de
abertura de concurso para contratação de servidores públicos
em 2003, os gastos com pessoal
poderiam atingir R$ 80 bilhões.
Preocupados em conter gastos
para garantir o cumprimento da
meta de superávit de 3,75% do
PIB em 2003, a equipe econômica
barrou alguns pedidos dos ministérios. Além disso, avisou nesta
semana que o limite de gasto informado há 15 dias teria de ser reduzido em R$ 2 bilhões.
Nas simulações feitas até a sexta-feira, a arrecadação da Receita
Federal em 2003 deverá ficar próxima de R$ 240 bilhões -cerca de
R$ 20 bilhões acima da receita
prevista para este ano.
A equipe econômica também
deverá definir nos próximos dias
se vai incluir no Orçamento de
2003 a prorrogação da alíquota do
Imposto de Renda de 27,5% para
quem ganha mais de R$ 2.115.
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