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Conflitos no Oriente Médio inflam cotação
DA REDAÇÃO
Até o começo de 1999, graças a
uma combinação de petróleo barato no mercado internacional e
dólar barato no Brasil, era possível encher o tanque do carro pagando R$ 0,50 por litro de gasolina. Ter carro a álcool não compensava, era loucura.
Desde então, o dólar disparou, e
a Petrobras passou a reajustar
preços ao sabor das cotações internacionais. Com o barril valendo em torno de US$ 27 e o dólar a
US$ 2,50, há postos que chegam a
cobrar R$ 2 pelo litro de gasolina,
o dobro do preço do álcool.
Na última sexta-feira, nem mesmo a notícia de que a Rússia, segundo exportador mundial, vai
abandonar restrições na produção conseguiu segurar as cotações, pressionadas pela tensão no
Oriente Médio. Em Nova York, o
barril fechou em alta, a US$ 28,18.
Mais que exceção, o atual preço
do petróleo está perfeitamente
dentro da margem estipulada pela Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo). Os 11
membros do cartel detêm 77%
das reservas conhecidas, e, embora tenham perdido espaço para
outros fornecedores, continuam a
exercer grande influência.
A Opep, que produz 40% do petróleo consumido no planeta, trabalha com uma oscilação entre
US$ 22 e US$ 28, levando em conta uma cesta com sete diferentes
tipos de petróleo. Na semana passada, o barril médio valia cerca de
US$ 25, o que significa que o cartel
não terá pressa em rever seus níveis de produção.
No final do ano passado, por
conta da retração econômica
mundial, as cotações mergulharam abaixo de US$ 20, mesmo
com a Opep cortando seu fornecimento diário em 1,5 milhão de
barris. O fator que reverteu a tendência de petróleo barato foi a
ocupação de territórios palestinos
por Israel. Os mercados começaram a trabalhar com um ágio de
guerra de cerca de US$ 5.
Agora a economia mundial se
reaquece, o que amplia a demanda por petróleo, combustível primeiro do mundo industrializado.
Sem uma trégua à vista no Oriente Médio, o barril não voltará a ficar abaixo de US$ 20 tão cedo.
(GIULIANO GUANDALINI)
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