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"Misto" tenta apagar fama ruim do álcool
DA REPORTAGEM LOCAL
O automóvel com motor flexível pode eliminar o trauma que os
brasileiros têm do veículo movido
a álcool. Isso porque o novo veículo permite que o motorista
abasteça o tanque com qualquer
tipo de mistura de gasolina com
álcool, ou mesmo apenas com um
dos combustíveis.
Essa facilidade elimina o pesadelo que boa parte dos motoristas
do país viveu por volta de 1989,
quando a política de contenção
das tarifas públicas do governo
José Sarney tornou o preço do álcool muito barato.
Isso tornou o álcool pouco rentável para os usineiros, que preferiram produzir então açúcar e exportá-lo. A escassez de álcool prejudicou vários motoristas, que ficaram sem combustível para seus
veículos.
As cenas de filas intermináveis
de carros em postos com álcool e
de centenas de motoristas empurrando seus veículos sem combustível pelas ruas ficaram na memória da população, que passou a rejeitar o álcool.
Caos
O caos do desabastecimento foi
fatal para o Proálcool, programa
criado pelo governo Figueiredo
em 1979. Criado para garantir
combustível para a frota de automóveis do país durante a crise do
petróleo daquele ano, o programa
foi um sucesso até 1986.
Em 1984, por exemplo, 94% da
produção de veículos das montadoras era de modelos movidos a
álcool. Os automóveis eram menos poluentes, e o Brasil passou a
depender menos do petróleo importado. Com o desastre do
Proálcool em 1989, os consumidores deixaram de procurar os
veículos a álcool. Em 1997, apenas
0,06% da produção das montadoras era desses automóveis.
Nos últimos anos, porém, o carro passou a ser procurado principalmente por usineiros. Deve representar neste ano 3% da produção das montadoras. Além disso,
a gasolina comum vendida nos
postos têm 20% a 25% de álcool
anidro, o etanol.
As montadoras têm investido
também em veículos a hidrogênio
ou mesmo a água, mas os projetos
são embrionários.
(LV)
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