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Reserva de óleo chega a nível crítico em 50 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo estuda adotar novamente o álcool como um dos
principais combustíveis do país
devido às projeções do Conselho
Mundial de Energia, que apontam que as reservas de petróleo
em todo o planeta tendem a acabar dentro de 50 anos.
Segundo estimativas da entidade, as reservas seriam da ordem
de 2 trilhões de barris e se esgotariam por volta de 2050. O representante do Brasil no órgão, Paulo
Ludmer, afirma, no entanto, que
essas projeções não são muito
precisas, pois a cada ano que passa as empresas exploradoras de
petróleo descobrem novas técnicas de extrair o óleo de reservas
antes inacessíveis.
Esses investimentos foram estimulados pelas altas do preço do
barril com as guerras no Oriente
Médio. "Depois da guerra do Iom
Kipur, em 1973, quando diversos
países árabes atacaram Israel, o
barril de petróleo saltou de US$ 2
para US$ 12", diz Ludmer, que
também é diretor da Associação
Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia.
Surpreendidas pela alta do preço barril, as companhias petrolíferas passaram a explorar áreas
antes inacessíveis, como no mar
do Norte, na Europa. As empreitadas tiveram maior estímulo no
início de 1979, com a queda do xá
do Irã, Reza Pahlevi. Na época, o
preço do barril chegou a US$ 40.
Petrobras
O Brasil também foi beneficiado
pelas novas técnicas de exploração. Em 1979, a Petrobras extraía
160 mil barris por dia e importava
840 mil. Em abril passado, a estatal atingiu a produção de 1,616 milhão de barris diários. Tal quantidade representa cerca de 70% do
consumo nacional. Hoje, apenas
600 mil barris são importados.
A expectativa é que o Brasil atinja a auto-suficiência em 2005. O
preço do barril, no entanto, tem
subido novamente. Estava em
US$ 20 em dezembro passado e
hoje gira em torno de US$ 27.
O governo sabe, porém, que as
reservas do Brasil e do resto do
mundo são limitadas. Investir no
álcool é uma estratégia que pode
garantir combustível alternativo.
(LV)
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