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Brasil inibe importação, diz Fórum Econômico Mundial
Para a entidade privada suíça, país continua fechado
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Mais um relatório classifica o
Brasil entre os países mais protecionistas do planeta. Um dia
depois de o Banco Mundial divulgar um estudo que coloca o
Brasil entre as 33 economias
mais fechadas do mundo à importação, num ranking de 125
países, ontem foi a vez de o Fórum Econômico Mundial fazer
avaliação semelhante.
Para a entidade privada suíça, a mesma que organiza
anualmente o disputado Fórum de Davos, apesar da flexibilização dos últimos anos, o
Brasil continua fechado, aplicando tarifas e outras barreiras
"que inibem as importações".
No índice de "viabilidade comercial", elaborado pelo grupo
com base no grau de facilitação
às importações em cada país, o
Brasil ficou na 80ª posição, entre 118 economias.
Em nenhum dos quatro critérios principais utilizados para a elaboração do ranking o
Brasil ficou no lado de cima da
tabela. A melhor colocação foi
no quesito "infra-estrutura de
transportes e comunicação"
(62º), seguido de "gestão das
fronteiras" (66º), "acesso a
mercados" (92º) e "ambiente
de trabalho" (96º).
O relatório elogia a "ampla
disponibilidade" da rede de telecomunicações do país, mas
chama a atenção para as más
condições das estradas e para o
nível de violência.
Para o Itamaraty, os rankings
que colocam o Brasil entre os
países mais protecionistas distorcem a realidade. Um diplomata brasileiro disse à Folha
que os critérios usados criam
um "viés favorável" aos países
desenvolvidos. Ele acha que
não dá para levar a sério um
ranking que coloca os europeus
como os campeões de abertura
comercial, "quando países do
continente continuam a aplicar até 1.000% de tarifas no setor agrícola".
Na comparação direta com
as principais economias emergentes, um consolo: o Brasil ficou atrás da China (71ª), mas
superou em abertura comercial Rússia (99ª) e Índia (105ª).
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