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Cartórios são herança da colonização
DA REPORTAGEM LOCAL
Tido como herança lusitana, os cartórios sobrevivem
no Brasil como um serviço
privado de informação pública, que versa sobre registros
civis e de propriedade, mesmo com a informatização.
Hoje, as transações de grandes valores são registradas e
compensadas diretamente
pelas partes e a nota fiscal
passou a ser o principal documento de posse de bens.
Segundo João Geraldo Piquet Carneiro, presidente do
Instituto Helio Beltrão, dedicado à redução da burocracia, apenas no Brasil há registro de escritura pública ou
reconhecimento de firmas.
Ele diz que os cartórios se
perpetuam por serem a "face
urbana do coronelismo".
"É uma coisa eminentemente colonial. Na Idade
Média, o Estado concedia o
poder de tributar a um particular. Aqui, atribui a um particular o poder de cobrar para dizer que um determinado
contrato existe porque foi registrado no cartório dele."
Para Paulo Rego, presidente do Instituto de Registro de
Títulos e Documentos, os
cartórios fazem com eficiência um serviço que o Estado
não provê. Ele afirma que há
vários mitos contra os cartórios, como o de que passa de
pai para filho -o cargo é vitalício. "É um grande engano.
Quando morre [o notário],
abre-se um concurso público. Esse ranço de que é demorado e caro vem do passado. Hoje, o registro é eletrônico. Em São Paulo, 47% do
valor arrecadado vai para o
Estado. Se o serviço causar
prejuízo a alguém, o notário
responde com os seus bens."
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